Preços de carros usados e seminovos caem e vendas aumentam no Pará
Entre os modelos de carros mais vendidos estão o Gol (WV), o Onix (GM) e o Pálio (Fiat). A preferência os carros seminovos de 0 a 8 anos.
A venda de veículos usados e seminovos teve um aumento significativo no Pará. De acordo com dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), no mês de outubro, as vendas aumentaram em 18,5%, ante ao mesmo mês em 2022. Entre os modelos de carros mais vendidos estão o Gol (WV), o Onix (GM) e o Pálio (Fiat). Entre os comercias leves, os destaques são os modelos Strada (Fiat), Hilux (Toyota) e S10 (GM). Os mais vendidos são os seminovos de 0 a 8 anos. No acumulado, entre janeiro e outubro o aumento de vendas é de 6,3%.
Em contrapartida, dados do Estudo Performance de Veículos Usados, realizado pela MegaDealer com base nos dados da plataforma Auto Avaliar, também mostram uma redução no preço médio de venda de carros usados no Brasil. Em outubro, o preço foi de R$ 78.599, sendo o terceiro menor nível desde janeiro deste ano. A estatística, em meio a um aumento das vendas, pode indicar uma boa oportunidade quem deseja comprar ou trocar de veículo. Para quem trabalha com a venda de usados e seminovos, o cenário já agrada.
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Para o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Pará (Assovepa), Aldo Oliveira, a tendência é as vendas de seminovos aumentarem ainda mais nesses próximos meses. “Logo após a pandemia (da COVID 19) houve uma baixa significativa, mas este ano o mercado de automóveis como um todo está em crescimento, se recuperando. Nos próximos meses a tendência é continuarmos crescendo, já que tradicionalmente os meses de novembro e dezembro são os melhores meses, tanto para quem quer vender, quanto para quem quer comprar carros”, projeta.
Preço do novo é o que determina o valor do seminovo
Mauro Cléber, que organiza feirões automotivos, também acredita na manutenção do cenário positivo neste fim de ano. Para ele, a queda nos preços e aumento das vendas de seminovos é um reflexo do cenário econômico brasileiro e de programas de incentivo para o setor, como o realizado pelo governo federal que gerou descontos para veículos novos. Além disso, o atual cenário seria uma autoregulação de mercado entre oferta e procura, uma vez que, com o incremento das vendas pelas redes sociais, as lojas lançam mão de diversas estratégias para atrair clientes. Entre elas, o preço.
“O mercado automotivo é interligado, o que acontece nos novos impacta nos seminovos. Em linhas gerais, é o preço do novo que determina o valor de um seminovo. Se eu posso comprar um carro zero (km) por R$ 63 mil, seria irreal eu pagar este mesmo valor ou pouca coisa a menos em um carro de um ou dois anos atrás. O próprio mercado se regula neste sentido. Além disso, existem muitas lojas de vendas de seminovos e, cada vez mais, essas vendas acontecem pela internet. É um território onde se tem que conquistar o cliente e oferecer preço. Aí cada loja tem a sua estratégia”, observa.
Redução da taxa de juros possibilita melhores condições de financiamento
No último feirão realizado, em outubro, Mauro conta que foram vendidos 235 carros, dos 262 que estavam em exposição. Apesar das vendas expressivas, ele afirma que este número poderia ter sido o dobro. “As pessoas até têm 10, 15 mil (reais) para dar de entrada, mas muitas estão com restrição de crédito. Não só a pessoa em si, mas familiares. E isso é um impeditivo. Poderíamos ter vendido o dobro porque procura tem. A pessoa vai comprar de acordo com sua capacidade financeira. E, se não é um novo, será um seminovo”, afirma.
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Para Mauro Cléber, ainda, outro fator que deverá influenciar positivamente é a redução da taxa básica de juros, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) no início de novembro. Com isso, a Selic passará de 12,75% ao ano para 12,25% ao ano. O corte de 0,5 ponto foi o terceiro seguido anunciado pelo órgão. “Isto, na prática, representa melhores condições de financiamento”, afirma, acrescentando que, além disso, “programas de renegociação de dívidas e recuperação de crédito também podem impactar positivamente lá na frente“.
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