Petrobras anuncia queda de 4,47% ou 18 centavos no preço do diesel
No Pará, caminhoneiros ficam otimistas mas dizem que redução demora de 5 a 8 dias para ser percebida pelo consumidor
A Petrobras anunciou que o preço do diesel vai cair nas refinarias a partir desta quinta-feira (23). Na prática, o preço médio de venda passará de R$ 4,02 para R$ 3,84 por litro. Uma redução de 18 centavos por litro, ou seja, menos 4,47%.
Segundo a Petrobras, essa diminuição busca manter a competitividade dos preços da empresa. Em nota, a empresa informou que, “considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,45 a cada litro vendido na bomba".
A empresa informou, ainda, que tem ciência da importância dos produtos dela para o país. “A companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente", completou a Petrobras.
Redução do preço do diesel ajuda manter empregos, dizem motoristas
Em Ananindeua, motoristas apontam dois fatores positivos com a queda de 18 centavos no preço do diesel: o menor custo para as empresas ajuda a manter os empregos e favorece também o lucro dos fretistas autônomos. Por outro lado, eles reclamam da demora da chegada da queda de valor na bomba, para o consumidor,
Natural da Paraíba, Franciélio Sales Dutra, de 32 anos e 10 de estrada, caminhoneiro autônomo, abastecia o caminhão dele a R$ 6,00, o litro do diesel, em negociação amigável com o frentista do posto, em Ananindeua. "Para cair, para nós, no posto, leva de cinco a oito dias'', afirmou ele referindo-se à redução anunciada.
"O SD 10 baixando é bom porque muita gente depende do diesel. Os trabalhadores que fazem fretes são muitos, toda cidade, capital tem frete de mudança”, disse Francélio.
Ele transporta sal, redes e confecções de cama/mesa/banho, em uma viagem de três a quatro dias, de cerca de 650 Km, entre o município paraibano de São Bento, e a capital paraense, Belém.
Francélio paga de diesel pela viagem, em média, R$ 2.500,00. “O frete, eu carrego a tonelada a 300 reais, em Mossoró, o frete final sai por R$ 10.500, tirando os custos, fico com R$ 2.800, 00, para mim. Isso na vinda. Na ida, tiro mais, cerca de R$ 9 mil, para mim. Levo madeira”, contou o paraibano,
“Agora, a gente tem de esperar esta redução falada aparecer aqui na bomba, né. Isso leva uns sete dias”, afirmou o motorista Francisco Palheta, de 58 anos de idade e 28 de profissão.
Palheta e um colega da empresa maranhense de transportes interestadual 'Rota do Mar', pararam para abastecer o ônibus para a viagem de cerca de 14 horas, entre Belém e o município maranhense de Apicuaçu.
Francisco Palheta pagaria cerca de R$ 2 mil, de diesel, para o trajeto em torno de 650 Km. “A gente teve crise de empregos na pandemia e na pós-pandemia da covid também, A empresa que a gente trabalha tem uma política de manter os empregos, mas toda redução de custo é boa para o trabalhador, ajuda a manter os empregos”.
Segundo o anúncio feito pela Petrobras, na quarta-feira (22), a redução de 4,47% ou 18 centavos, "acompanha a queda nos preços do barril de petróleo no mercado internacional, consequência da crise bancária persistente, que gera temores de uma desaceleração do crédito e da economia".
Nesta semana, os preços do petróleo chegaram ao seu nível mais baixo em quase 15 meses, informou a petroleira. Os preços dos demais combustíveis não sofreram alteração.
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