Participação de jovens no mercado de trabalho formal cresce no Norte, aponta Ministério do Trabalho

Região Norte registra aumento na ocupação de jovens, mas mais de 60% ainda trabalham na informalidade. No Pará, experiência prática e empreendedorismo são tendências entre estudantes.

Gabi Gutierrez
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A presença de jovens no mercado de trabalho da Região Norte aumentou de 43,8% para 44,4% entre o final de 2019 e o mesmo período de 2024. O dado, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, contrasta com a queda registrada em outras regiões e aponta uma tendência de maior inserção da juventude nortista em ocupações formais.

No Pará, esse crescimento está ligado à busca por experiência profissional por parte de estudantes do ensino técnico e superior. Segundo a especialista em Recursos Humanos Mirllene Batista, esse movimento vem sendo acompanhado por empresas que reconhecem o potencial da mão de obra jovem.“Os jovens querem aplicar o que aprendem nos cursos. E as empresas têm investido neles, com foco em qualificação, redução de custos e melhoria no atendimento”, afirma Mirllene.

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Informalidade atinge mais de 60% dos jovens

Apesar do avanço na ocupação, a informalidade ainda é a realidade da maioria dos jovens da Região Norte. Mais de 60% trabalham sem carteira assinada, o que compromete o acesso a direitos trabalhistas e estabilidade financeira.

A pesquisa mostra que, nacionalmente, a informalidade caiu de 48% para 44%, mas no Norte os índices permanecem altos. Para Mirllene Batista, a evasão escolar e a falta de apoio familiar estão entre os principais fatores que mantêm os jovens em empregos precários.“É comum que jovens abandonem os estudos para sustentar a casa, o que limita as opções de trabalho e perpetua a informalidade”, explica.

Salários baixos e falta de reconhecimento levam à demissão

Outro dado preocupante: muitos jovens têm pedido demissão voluntariamente. Segundo o levantamento, os principais motivos são baixo salário (36%), falta de reconhecimento (31%) e ausência de benefícios (18%). Há também relatos de problemas éticos nas empresas (28%) e insatisfação com a jornada de trabalho (20%).

A maioria dos jovens celetistas está em cargos com remuneração abaixo da média nacional de R$ 1.854, como atendente de loja, operador de caixa e auxiliar de escritório.

Estágios crescem e abrem portas

Uma das alternativas para o ingresso formal no mercado é o estágio. De acordo com a pesquisa, o número de estagiários subiu de 642 mil em 2023 para 990 mil em 2025. A maioria (64%) é composta por mulheres, sendo 39% negras. Além disso, 75% dos estagiários estão cursando ou concluíram o ensino superior.

Em Belém, a estudante de pedagogia Maria Clara Fagundes representa esse movimento. Ela conseguiu sua vaga por indicação de uma amiga e afirma que o estágio está sendo fundamental para sua formação.

“Atuo diretamente na área que escolhi, participo de capacitações e tenho aprendido muito na prática. Isso tem me ajudado a entender o mercado e me preparar para o futuro”, conta Maria Clara.

Jovens apostam no empreendedorismo

Com o avanço da automação e da inteligência artificial, ocupações administrativas estão entre as mais impactadas. No Norte, o empreendedorismo aparece como caminho em expansão.

Mirllene Batista destaca que muitos jovens já investem em negócios próprios e devem ampliar esse movimento nos próximos anos. “A tendência é que o número de jovens empreendedores aumente, principalmente em áreas ligadas à tecnologia, educação, alimentação e serviços”, diz.

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