Pará registrou o maior número de empresas inadimplentes do Norte em abril de 2024

Dados são os mais recentes do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Confira dicas para tirar a empresa do vermelho

Gabriel da Mota
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Mais de 150 mil empresas paraenses estavam inadimplentes em abril de 2024, segundo um levantamento feito pela Serasa Experian. O número representa 41,9% das companhias da Região Norte que fecharam o mês no vermelho, colocando o estado no primeiro lugar do ranking regional e em 13º no país, que registrou 6,7 milhões de Cadastros Nacionais das Pessoas Jurídicas (CNPJs) com dívidas não pagas. Do total de negócios paraenses inadimplentes, 94% eram Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Os dados foram divulgados no último dia 1º de julho.

Naquele abril, a dívida média das empresas paraenses foi de R$ 20.690,05 — um crescimento de 15% em relação ao ano anterior (R$ 17.868,55 em abril de 2023) e de 49% em dois anos (R$ 13.866,45 em abril de 2022). No cenário nacional, o setor de Serviços liderou o ranking das empresas inadimplentes em abril (55,4%), seguido pelo Comércio (36,0%), Indústria (7,5%), Primário (0,8%) e Outros (0,4%). Na metodologia da pesquisa, a inadimplência significa possuir pelo menos um compromisso vencido e não pago, apurado no último dia do mês de referência.

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Kleber Mourão, economista presidente do Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon PA/AP), destaca que fatores macroeconômicos, como a alta taxa de juros reais no Brasil, dificultam o crédito, o consumo e a atividade econômica, contribuindo para a inadimplência das empresas. “Juros reais elevados dificultam a vida das famílias, das empresas e do próprio governo (investimentos e rolagem da dívida dos títulos públicos)”, analisa. Além disso, a perda do poder de compra dos salários frente à inflação faz com que as empresas tenham que adotar estratégias como a redução da margem de lucro e do custo de produção para manter preços competitivos, o que nem sempre é suficiente para evitar a inadimplência.

“A inadimplência dificulta e encarece as relações com outros agentes econômicos, seja na aquisição de insumos de produção, seja na contratação de novos créditos”, afirma.

Dicas para sair do vermelho

Para reorganizar as finanças, é indispensável reconhecer o tamanho real do negócio e ajustar a estrutura de custos à perspectiva de receita. Mourão aconselha mapear todos os custos, identificar aqueles essenciais e eliminar os desnecessários, além de potencializar estratégias de venda.

“Ao negociar a inadimplência, efetue um planejamento orçamentário para que a negociação caiba no fluxo de caixa da empresa e assim não venha a incorrer em novas inadimplências”, recomenda.

O advogado trabalhista Felipe Fadul ressalta a importância de uma abordagem multidisciplinar na reorganização financeira, envolvendo o comercial, o contador e a assessoria jurídica da empresa. Ele destaca que dívidas trabalhistas e tributárias devem ser prioritárias, pois o não pagamento pode configurar crime. “É uma justiça muito rápida, que busca os bens do devedor de maneira eficaz”, afirma.

Além disso, essas dívidas possuem consequências mais severas do que outras. “Uma dívida com um fornecedor tem uma multa média de 10% pelo não pagamento e de 1% ao mês de juros, podendo ser muito mais facilmente negociada do que uma dívida fiscal, que pode alcançar 20% de multa pelo inadimplemento, além dos juros mensais”, finaliza.

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