Pará registra maior abertura de empresas dos últimos cinco anos no início de 2025
Com 24.625 novos negócios entre janeiro e março, crescimento foi de 34% em relação a 2024

Nos dois primeiros meses e meio de 2025, o Pará bateu recorde na abertura de empresas: foram 24.625 novos registros entre 1º de janeiro e 20 de março, o maior volume dos últimos cinco anos. O número representa um crescimento de 34% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram abertas 18.365 empresas, segundo dados da Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa).
O salto expressivo é liderado por Belém, com 6.257 novas empresas abertas no período. Na sequência, aparecem Ananindeua (2.376), Parauapebas (1.374), Santarém (1.348) e Marabá (1.227). O relatório aponta que a maioria das empresas criadas são Microempreendedores Individuais (MEI), que somaram 18.696 novos registros — mais de 75% do total.
Os setores que mais impulsionaram esse avanço são o comércio varejista de vestuário e acessórios (1.194 registros), a promoção de vendas (1.038), serviços de beleza como cabeleireiros e manicures (796), serviços de malote (708) e restaurantes (571). Entre os MEIs, esses segmentos também lideram com destaque, reforçando a tendência de negócios de baixo custo inicial e foco no consumo local.
Desde 2021, o volume de novas empresas no mesmo recorte temporal oscilava entre 17 mil e 21 mil, mas nunca ultrapassou a barreira das 21 mil até este ano. Em 2023, por exemplo, foram 17.958 registros; em 2022, 19.066; e em 2021, 20.905.
O número de fechamentos no mesmo período de 2025 (5.970) ficou abaixo do registrado em 2024 (6.436), contribuindo para um saldo positivo mais robusto na economia paraense.
COP 30 é ambiente favorável, diz presidente da Jucepa
Para o presidente da Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), Filipe Meireles, o aumento expressivo na abertura de empresas em 2025 tem relação direta com o cenário econômico gerado pela 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém em novembro deste ano, está aquecendo a economia paraense, impulsionando empreendedores a formalizarem seus negócios para atender à crescente demanda por produtos e serviços.
Ele também destaca o papel das ações do governo estadual no estímulo ao empreendedorismo.
“Temos adotado uma série de medidas para incentivar o ambiente de negócios, como a ampliação do crédito para pequenos e médios empreendedores, programas de capacitação e atração de investimentos”, avalia.
A Jucepa acrescenta que tem apostado na modernização tecnológica para manter o ritmo de crescimento. “Um dos principais avanços foi a implantação de inteligência artificial na análise dos processos de abertura de empresas, permitindo maior agilidade”, comenta. Filipe lembra ainda da viabilidade automática implantada em Belém, que reduziu o tempo médio de abertura de empresas de sete dias para 48 horas, e afirma que a intenção é expandir a tecnologia para outros municípios do interior do estado.
Outro fator relevante é o protagonismo dos microempreendedores individuais. “Os MEIs representam uma parcela significativa das novas empresas no Pará. Isso demonstra a força do empreendedorismo local e a busca da população por alternativas formais de geração de renda”, analisa. A meta, segundo ele, é incentivar a migração desses negócios para portes maiores. “Nosso objetivo é criar condições para que esses empreendedores possam crescer e migrar para outras categorias empresariais, como ME [microempresa] e EPP [empresa de pequeno porte]”, pontua.
Sebrae integra rede de apoio aos empreendedores
Segundo Igo Silva, gerente da agência metropolitana do Sebrae no Pará, o ambiente favorável se complementa com uma rede de apoio estruturada: “Não só o Sebrae, mas os pontos de atendimento, salas do empreendedor, toda a rede de instituições que desenvolvem abertura de negócio aqui na região”.
Além da motivação, o gerente destaca os benefícios da formalização. “Você ter o seu CNPJ, eu acho que é o maior contributivo. Sem pagar nada pelo processo de abertura, ele é feito todo online, de maneira desburocratizada, pelo site do Governo Federal, de forma segura”. Com isso, explica, o empreendedor pode emitir nota fiscal, acessar crédito, benefícios previdenciários e até testar uma ideia de negócio: “A pessoa que identificou uma possibilidade de mercado e que precisa fazer um teste, prototipar uma solução, pode utilizar o CNPJ do MEI para rodar essa ideia”.
A formalização, segundo ele, também tem impacto direto na economia local.
“A gente tem um volume de negócios circulando na cidade, entre empreendedores, entre empresas. Tudo que desenvolve o MEI gera uma oportunidade muito interessante para o mercado, de crescimento das pessoas e do ecossistema de negócio”, analisa.
Para quem está começando, o Sebrae oferece orientações presenciais e digitais. “Quem quiser vir pode procurar uma das agências do Sebrae ou as salas do empreendedor que estão em praticamente todos os municípios do estado. Basta estar com as informações pessoais e o acesso à senha gov, e já sai com o CNPJ na mão, sem pagar nada”, recomenda.
📊 Abertura de Empresas no Pará (jan a 20 de mar)
EMPRESAS ABERTAS
2025: 24.625
2024: 18.365
2023: 17.958
2022: 19.066
2021: 20.905
EMPRESAS FECHADAS
2025: 5.970
2024: 6.436
2023: 3.146
2022: 6.848
2021: 6.564
SALDO POSITIVO (Abertas - Fechadas)
2025: +18.655
2024: +11.929
2023: +14.812
2022: +12.218
2021: +14.341
TOP 5 MUNICÍPIOS EM 2025
1. Belém – 6.257 empresas
2. Ananindeua – 2.376
3. Parauapebas – 1.374
4. Santarém – 1.348
5. Marabá – 1.227
ATIVIDADES MAIS FREQUENTES (2025)
Comércio de vestuário e acessórios 👗
Promoção de vendas 🛒
Salões de beleza (cabeleireiros, manicures) ✂️
Serviços de malote 📦
Restaurantes e similares 🍽️
Palavras-chave
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