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Pará pode gerar milhares de vagas temporárias no segundo semestre deste ano

Dieese aposta em crescimento na oferta de emprego nos próximos meses no Estado, principalmente com o aquecimento do comércio

Elisa Vaz
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Análises feitas com exclusividade ao Grupo Liberal pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA) mostram que, neste segundo semestre, mais de 260 mil novos empregos formais devem ser gerados no Estado. A partir de agosto, o comércio fica mais aquecido com as datas especiais, a exemplo do Dia dos Pais, Dia das Crianças, Círio e Natal, e a contratação de temporários cresce. Embora a entidade ainda não disponha de um estudo específico sobre essas vagas, a estimativa é de que, do total, de 5% a 10% sejam nessa modalidade, segundo o supervisor técnico do Dieese, Everson Costa.

O estudo do órgão aponta que o Estado manteve, no primeiro semestre, uma sequência de resultados positivos, no comparativo entre admitidos e desligados, com cinco meses consecutivos de crescimento na geração de empregos formais e sempre acima dos números do ano passado. Entre janeiro e maio de 2024, último dado disponível, foram mais de 203 mil admitidos até aqui em todo o Pará, cerca de 9% a mais que o total de 2023, que somou 186 mil.

“Tomando como base os dados conhecidos até aqui, a expectativa para o segundo semestre deste ano é da continuidade da geração de novas oportunidades formais no mercado de trabalho paraense, com destaque para os setores de serviços e comércio. É esperado que a economia paraense se aqueça mais, destacando importantes eventos que injetam investimentos e recursos. Ao observarmos o comportamento da evolução do emprego formal no Pará no segundo semestre de 2023, os dados dão conta da contratação de cerca de 260 mil trabalhadores. Em se confirmando toda a movimentação de eventos econômicos previstos, torna-se possível estimar que deveremos ultrapassar as 260 mil admissões registradas”, afirma.

Lojistas apostam em crescimento

Representante do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), Eduardo Yamamoto diz que, anualmente, a contratação de temporários cresce de 20% a 30% neste período, incluindo tanto as lojas de shopping centers como as do centro comercial. No total, a estimativa é de que existam, hoje, em torno de cinco mil lojistas representados pela entidade.

O movimento de contratação costuma começar ainda em julho, seguindo até outubro, já em preparação para as principais datas do comércio local, em que muitos consumidores vão às ruas garantir presentes para pessoas queridas. “Os lojistas já olham para essa mão de obra visando à contratação para as vendas do Natal, ou seja, com um período de experiência de 90 dias, por isso contratam até outubro e o funcionário fica até dezembro. Em janeiro, já começa, assim, o quadro efetivo com os melhores vendedores”, explica Yamamoto.

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Entre os setores que mais se destacam nesse período, as lojas de roupas e calçados devem ter as maiores contratações em Belém, já que representam em torno de 40% do total de empresas na capital paraense. Atrás delas, aparece o segmento de cosméticos, perfumaria e acessórios, seguido ainda pelos eletrônicos. Para garantir uma dessas vagas temporárias, os trabalhadores podem focar nas plataformas digitais, como LinkedIn, ou até com a entrega de currículos físicos, deixando sempre claro a experiência já conquistada.

Administrador, o gerente comercial David Fernandes, de 34 anos, que atua em uma empresa de confecções, adianta que as contratações já começaram para os grandes eventos. “Os mais fortes para o segmento são o Dia dos Pais e o Natal, sem dúvida. Com o aquecimento das vendas e do fluxo de clientes, faz-se necessário aumentar o quadro de colaboradores para atender o cliente da melhor forma. No caso do Dia dos Pais, já contratamos. Você tem que trabalhar isso desde o início de julho para dar tempo de treinar e o funcionário possa aprender sobre o produto e a dinâmica da loja”, afirma.

No total, o grupo reúne 41 lojas, mas nem todas requerem a contratação de temporários. Nas unidades onde será necessário, o acréscimo feito foi de 20%. Segundo ele, esses funcionários serão analisados e acompanhados para serem efetivados, se ganharem destaque. A principal qualidade observada por David é a força de vontade e o interesse em crescer. “Deixamos claro para o candidato que, dependendo do perfil e desempenho, manteremos ele no quadro, podendo ficar na mesma loja ou em outras operações. Tem muitos casos de pessoas que entraram para essas datas especiais e continuaram”.

Temporários se destacaram

Quem começou a trabalhar como temporária e ganhou espaço dentro de uma empresa foi Paula Nunes, de 34 anos. Ela já vinha da área de vendas, mas conseguiu um posto de trabalho em uma loja de acessórios de luxo para o período do Dia dos Namorados. Logo depois, foi contratada pela marca, se tornou gerente e, três anos depois, passou a ser supervisora, hoje responsável pela operação de quatro unidades no Norte e Nordeste.

Paula conta que, mesmo se identificando com a área e tendo experiência, por ser um nicho de vendas diferente, enfrentou dificuldades no começo. “Eu trabalhava com um segmento bem mais popular, e onde eu atuo agora os produtos são de alto poder aquisitivo, com um cliente diferenciado. O início foi bem difícil, mas eu tive todo um amparo de treinamento da empresa e da marca e aprendi do zero”, lembra.

Segundo a supervisora, naquele início como temporária, ela colocou na cabeça que precisava de foco, mesmo que fosse difícil, e deu certo. “Fazia parte do processo e eu ia aprender. Falo isso para todos os candidatos novos”, menciona. Hoje, na posição de liderança que ocupa, é a primeira característica que conta para Paula: o interesse. Ela diz que o funcionário precisa querer, estar disposto a aprender e buscar capacitação.

O consultor de vendas Maicon Cardoso, de 23 anos, se destacou na empresa onde trabalha justamente pela proatividade. Ele entrou no negócio de vestuário no período do Natal do ano passado e acabou se adaptando ao ambiente. “Fui efetivado como consultor de vendas e, seis meses depois, promovido como subgerente, onde estou agora. No começo tinha um pouco de incerteza se iria conseguir me adaptar no ambiente, desenvolver as tarefas, porque sempre trabalhei no ramo de calçados e mudei para vestuário, mas recebi treinamento e me adaptei”, conta. Hoje, como alguém que acompanha os novos funcionários, Maicon afirma que a proatividade é uma das características mais importantes em um emprego temporário.

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