Vaga temporária: direitos trabalhistas são garantidos aos funcionários; confira os benefícios
Pará deve abrir novas vagas de emprego temporário nos próximos meses
As oportunidades de trabalho costumam crescer no segundo semestre do ano por conta das datas comemorativas que aquecem a economia, como o Dia das Crianças, Black Friday e festas de final de ano. Segundo o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Everson Costa, a expectativa é que novas vagas sejam criadas na capital paraense nos próximos meses.
Embora a geração de novos postos seja positiva, muitas pessoas que estão em busca de emprego se frustram com as ofertas, principalmente por serem temporárias. Por vezes, elas são criadas para atender o aumento da demanda do mercado ou substituir um funcionário efetivo. Apesar do caráter temporário sugerir instabilidade, alguns profissionais aproveitam a chance para se recolocar no mercado, desenvolver novas habilidades, fazer networking ou até mesmo seguir uma nova carreira.
Segundo a advogada Ana Paula Souza, os funcionários contratados para postos temporários são respaldados pela legislação. A Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974 estabelece condições para esse tipo de contratação e garante os direitos trabalhistas aos que são admitidos por esse regime.
A advogada explica que a Constituição garante os mesmos direitos aos colaboradores temporários, conforme o tempo trabalhado. “ A diferença entre os dois é que eles recebem proporcional ao tempo em que eles passaram trabalhando, enquanto os efetivos recebem de forma integral”, esclarece.
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Quais garantias trabalhistas dos empregos temporários?
Entre as garantias estão:
- remuneração equivalente à recebida pelos trabalhadores da mesma categoria da empresa contratante;
- pagamento de férias proporcionais ao período trabalhado;
- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
- benefícios e serviços previdenciários;
- seguro contra acidentes de trabalho;
- anotação na Carteira de Trabalho (CTPS) da condição de trabalho temporário;
- jornada de trabalho de oito horas diárias, podendo ser superior mediante adoção de jornada específica de trabalho;
- cumprimento de horas extras de, no máximo, duas horas por dia;
- adicional noturno com remuneração acrescida de, no mínimo, 20% em relação à remuneração normal; descanso semanal remunerado.
Souza ainda ressalta que o trabalhador tem direito ao FGTS e INSS conforme o tempo de colaboração na empresa. “A principal diferença nesse regime de admissão é que o trabalhador sabe que aquilo pode não perdurar por muito tempo, mas a carga horária, jornada de trabalho e demais direitos são os mesmos. Inclusive quando o contrato termina, ele tem direito às verbas rescisórias.”
Isso significa que se, por exemplo, um profissional ocupar um posto durante três meses, os benefícios como férias, FGTS, INSS e 13° salário são divididos em concordância aos meses que ele trabalhou.
Ela destaca que as empresas podem adotar um modelo de contratação com prazo determinado para a saída do colaborador ou dar a oportunidade para o trabalhador se tornar efetivo da empresa.
Pará deve abrir novas vagas
A projeção deste ano é que os números de vagas abertas superem as criadas nesse mesmo período no passado, especialmente nos setores de comércio e serviço, conforme divulgado pelo Dieese.
“Nós tivemos uma estimativa de cerca de quatro mil vagas de emprego temporários, principalmente no setor de comércio e serviço, que deram oportunidade para as pessoas no final do ano passado. Tomando como base os levantamentos e diálogos com empresas de Belém, o otimismo é grande, além do faturamento com uma perspectiva de crescimento, para este ano, a nossa expectativa é que esses números cresçam", explica Everson Costa.
As expectativas positivas, aponta Costa, devem-se à retomada de atividades presenciais nesta fase pós-pandemia.“Falamos da possibilidade de ampliação desses números.”Outro fator que deve contribuir para o cenário econômico local é a antecipação do 13° salário dos servidores públicos, a qual deve injetar cerca de R$ 305 milhões no Estado, além dos recursos investidos para o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que favorece a . “Aqui [no Pará], a gente já tem o hábito de, terminando o Círio, já tem os encaminhamentos para as festas de final de ano. Então, o comércio amplia as estratégias de venda, de marketing, de promoção dessas datas”, conclui o supervisor.
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