Pará está entre os cinco estados do Brasil que vendem diesel mais caro

Levantamento do DIEESE/PA revela que o preço médio na bomba é mais caro em seis dos sete estados da região Norte. Petrobras anunciou redução no preço para as distribuidoras a partir desta quarta, 27.

Amanda Engelke / O Liberal
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Na última semana, o Pará ocupou a quinta colocação no ranking dos estados brasileiros que comercializam mais caro o litro do óleo diesel, conforme aponta o escritório regional do Pará do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA). Segundo o levantamento, que se baseia em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio na bomba entre os dias 17 e 23 de dezembro foi de R$ 6,42, oscilando de R$ 5,92 a R$ 7,28 no Pará.

Dos sete estados que compõem a região Norte, apenas o Tocantins não figura entre os primeiros do ranking do diesel mais caro. O Acre foi o que registrou o maior preço médio do produto, com R$ 7,15. No Estado, conforme aponta o DIEESE, a variação nos postos de combustíveis foi de R$ 6,98 a R$ 7,92. Em segundo lugar aparece Roraima, com comercialização média de R$ 6,99 e variação de R$ 6,63 a R$ 6,81, sendo seguido pelo Amapá e por Rondônia, com média de R$ R$ 6,57 e R$ 6,56, respectivamente.

A análise feita pelo DIEESE/PA foi divulgada logo após o anúncio da queda do preço do óleo diesel feito pela Petrobras nesta terça-feira (26). A partir desta quarta-feira (27), a empresa reduzirá em R$ 0,30 por litro o preço médio de venda de diesel A para as distribuidoras. Com a mudança, esse tipo de combustível será vendido a R$ 3,48 por litro. Conforme aponta o Dieese, essa foi a oitava alteração promovida pela Petrobras neste ano e representa um recuo de quase 8% no preço do litro do óleo diesel comercializado na refinaria.

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Ao longo do ano, conforme o levantamento, a Petrobras promoveu outras seis reduções e dois aumentos seguidos, sendo estes os mais recentes. No início de fevereiro, a alteração no preço do óleo diesel às distribuidoras representou uma redução de 8,9%. Ainda naquele mês, o preço reduziu novamente em 1,9%. Em março, a redução foi de 4,47%. Já em abril, de 9,9% e em maio, de 12,8%. Em agosto, houve um aumento de 25,8%. Em outubro, o percentual voltou a aumentar 6,6%. A redução anunciada a partir desta quarta é de 7,9%.

Preço nas bombas leva em conta fatores como os impostos, frete e a margem de lucro

Ainda que os preços praticados pela Petrobras não sejam os mesmos dispostos nos postos de combustíveis, “espera-se que esta queda no preço do litro do óleo diesel traga impactos positivos não só o bolso para quem abastece veículo, mas também possa influenciar sobre a formação final dos preços de bens, produtos e serviços. Pois as oscilações nos preços dos combustíveis afetam diretamente o custo de vida da grande maioria da população”, pondera, no levantamento divulgado, o supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa.

O preço nas bombas, conforme aponta o Dieese e a própria Petrobras, considera outros fatores, como os impostos, frete e a margem de lucro das distribuidoras e revendedoras. A estimativa, ainda eu meramente referencial, é de que o preço médio do diesel A S10 nas bombas fique entre R$ 4,63 e R$ 8,26 por litro, a depender do local de venda.

“Cabem às autoridades competentes a fiscalização, autuação e penalização de práticas abusivas ou lesivas ao consumidor", afirmou a Petrobras ao anunciar a redução.

“Não existe correlação obrigatória entre os preços da refinaria e o preço dos combustíveis nos postos”, afirma sindicato

Em nota, o Sindcombustiveis Pará afirma que “a precificação dos combustíveis no Brasil é livre desde 2002 e a Petrobras tão somente define o preço que ela irá vender o combustível em suas refinarias para as distribuidoras, que depois vendem aos postos”. Além disso, diz que “a Petrobras é apenas uma das proprietárias de refinarias no País, mas não é a única”.

Segundo o sindicato ainda, “é preciso lembrar que hoje o diesel é composto de 12% de biodiesel, o que por si só diminui o impacto da redução para cerca de R$ 0,26”. Para o sindicato, “não existe correlação obrigatória entre os preços da refinaria e o preço dos combustíveis nos postos. Os postos atuam no último elo da cadeia, comprando combustível das distribuidoras. Portanto, dependem do preço praticado por essas para formar seu preço de venda aos consumidores”.

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“Muitas vezes, quando há anúncio de elevação de preços pela Petrobras, imediatamente as Distribuidoras elevam os preços. Porém, quando há anúncio de redução, elas demoram para ser repassadas aos postos. Nas últimas vezes, houve relatos de empresas que não receberam da distribuidora a íntegra da redução de preço. Por isso, não há como prever quando haverá redução do preço aos consumidores finais nem o seu valor”, segue a nota.

Quanto à posição do Pará no ranking, o Sindicombustíveis Pará afirma que a pesquisa não reflete a realidade total. “A pesquisa da ANP é feita por amostragem e pesquisou apenas 62 postos dos mais de 2.000 postos do Estado. É impossível refletir a realidade de preço pela média, em especial considerando a enorme diferença entre o mais barato e o mais caro. Em um estado de dimensões continentais como o Pará, é natural que determinados locais tenham preço mais elevado em razão da logística. A pesquisa com poucas amostras tende a refletir mais essas diferenças. Na prática, o preço do diesel no Pará está na média nacional, sendo um pouco maior em locais que dependem de maior logística para o combustível chegar no posto”, finaliza a nota assinada pelo advogado Pietro Gasparetto.

Ranking dos preços médios do óleo diesel comercializado em postos de combustíveis na semana de 17 a 23 de dezembro de 2022:

Estado - Preço Médio (R$) - Menor Preço (R$) - Maior Preço (R$)

  • 1º Acre - 7,15 - 6,98 - 7,97

  • 2º Roraima - 6,69 - 6,63 - 6,81

  • 3º Amapá - 6,57 - 5,99 - 7,98

  • 4º Rondônia - 6,56 - 5,95 - 7,28

  • 5º Pará - 6,42 - 5,41 - 7,51

  • 6º Amazonas - 6,35 - 5,99 - 7,79

  • 7º Rio Grande do Norte - 6,12 - 5,68 - 6,89

  • 8º Rio de Janeiro - 6,07 - 5,54 - 7,29

  • 9º São Paulo - 6,07 - 5,29 - 8,52

  • 10º Espírito Santo - 6,05 - 5,67 - 7,39

  • 11º Ceará - 6,04 - 5,48 - 6,74

  • 12º Mato Grosso - 6,01 - 5,59 - 6,69

  • 13º Santa Catarina - 6,01 - 5,54 - 6,99

  • 14º Piauí - 6,00 - 5,69 - 6,87

  • 15º Distrito Federal - 5,99 - 5,64 - 6,59

  • 16º Mato Grosso do Sul - 5,99 - 5,52 - 7,43

  • 17º Paraná - 5,95 - 5,39 - 7,09

  • 18º Alagoas - 5,94 - 5,19 - 6,85

  • 19º Rio Grande do Sul - 5,94 - 4,89 - 6,69

  • 20º Goiás - 5,92 - 5,29 - 6,69

  • 21º Minas Gerais - 5,91 - 5,49 - 7,04

  • 22º Tocantins - 5,90 - 5,43 - 6,47

  • 23º Paraíba - 5,88 - 5,39 - 6,59

  • 24º Bahia - 5,77 - 5,16 - 6,74

  • 25º Maranhão - 5,75 - 5,20 - 6,95

  • 26º Sergipe - 5,69 - 5,47 - 6,64

  • 27º Pernambuco - 5,65 - 5,30 - 6,60,

Fonte: ANP / Análise e Sistematização: DIEESE/PA

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