Reajuste de 6,91% em planos de saúde preocupa beneficiários paraenses
Gastos com despesas assistenciais seriam os responsáveis, diz Agência reguladora
O novo percentual de reajuste, definido em 6,91% foi apreciado e aprovado pelo Ministério da Fazenda na manhã desta terça-feira (4). As prestadoras de serviço estão autorizadas a aplicar o novo valor a partir do mês de aniversário do contrato, ou seja, no mês da data de contratação do plano. O novo percentual, como esclarece a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a partir de dados coletados em Março deste ano, é “o teto válido para o período entre maio de 2024 e abril de 2025”.
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Serão quase 8 milhões de beneficiários impactados com a nova medida, o equivalente a 15,6% dos 51 milhões de consumidores de planos de assistência médica no país. Sobre a nova cobrança de planos contratados em maio e junho, esta deverá ser iniciada em julho ou, se estendo até no máximo, em agosto, mas com o acréscimo dos retroativos até o mês de aniversário dos contratos. Na série histórica de 2000 a 2024, os dois últimos anos mostraram quedas de percentual no reajuste, caindo de 9,63% no ano anterior para os atuais 6,91%.
Preocupação
O representante da Associação dos Economiários Aposentados e Pensionistas do Pará (AEAP), Emídio Rebelo, considera o reajuste na assistência de saúde “uma injustiça muito grande”. Assim como lembra, o aumento sobre os planos de saúde supera em quase o dobro, o reajuste de 3,71% oferecido nos proventos de aposentados após o último aumento no salário mínimo. “Os aposentados e pensionistas já estão sendo massacrados pela redução dos seus proventos”, afirma Rebelo, sobre a desigualdade de valores.
“Estão dando um aumento maior do que o que foi dado aos proventos deles (aposentados), foi dado 3,71% para eles e agora 6,91% de aumento na saúde, quem paga plano de saúde vai sair no prejuízo”, explica.
A microempreendedora Rillary Barbosa, também comentou sobre sua preocupação com o plano, no seu caso na modalidade familiar, devido a dificuldade de manter o serviço considerando os valores já elevados. “O valor está realmente alto… sem dúvidas afeta muito porque estamos passando por um momento financeiro bem complicado. Realmente não temos como pagar no momento, a solução que encontramos é a ajuda financeira da minha avó. Já cogitamos trocar de plano e inclusive estamos estudando outras alternativas como o cartão”, explica a beneficiária.
Na sua realidade, a consumidora destaca que o uso do plano de saúde é indispensável, mas que já precisa buscar alternativas para não descontinuar o uso do serviço que divide com a sua irmã. Atualmente o valor sem o novo ajuste saiu até este mês por R$ R$ 464,61, com o novo acréscimo ficaria em média R$ 496,71.
Como é feito o cálculo?
Podem impactar o valor final dos planos de saúde fatores como a inflação, aumento ou queda da frequência de uso do plano e os custos com serviços médicos e insumos, a exemplo de produtos e equipamentos. Para calcular o reajuste deste ano, a ANS explica que considerou a variação das despesas assistenciais com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), descontado o subitem Plano de Saúde.
“O índice definido pela ANS para 2024 reflete a variação das despesas assistenciais ocorridas em 2023 em comparação com as despesas assistenciais de 2022 dos beneficiários de planos de saúde individuais e familiares. Quando falamos de planos de saúde, a variação de despesas está diretamente associada à variação de custos dos procedimentos e à frequência de utilização dos serviços de saúde”, explica o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.
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