No LIDE, ex-ministra Kátia Abreu fala sobre importância do Brasil na produção de alimentos
Com a expectativa de crescimento da produtividade até 2050, ela acredita que é possível aumentar números melhorando a produtividade da terra, sem desmatar
Durante seu pronunciamento no segundo dia do LIDE Brazil Conference, evento realizado em Londres até esta sexta-feira (21), a ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, que comandou a Pasta de 2015 a 2016, no governo Dilma Rousseff, disse que o Brasil tem grande importância no futuro da produção de alimentos.
Ela citou dados da FAO (Food and Agriculture Organization, no inglês), organismo de alimentação da Organização das Nações Unidas (ONU). A recomendação da entidade, disse ela, é de um crescimento mundial de 60% na produção para suportar a demanda de alimentos até 2050.
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Com isso, a produção da Rússia deve subir em 7%, da Austrália e do Canadá em 9%, da Europa 12%, China 15% e Brasil 41%, entre outros. “Isso demonstra a importância do Brasil e da América Latina. Ninguém é maior que a América Latina, e o Brasil tem grande potencial”, ressalta.
Abreu destacou que, pela projeção da FAO, será necessário aumentar 500 milhões de toneladas de grãos até 2050 e 200 milhões de toneladas de carne, além da extensão da área utilizada, que hoje é de 1,5 bilhão de hectares, sendo 30% na América Latina,
“Temos que aumentar mais 200 milhões de hectares de produção. Desmatando? Absolutamente. Podemos até ter desmatamento legal, mas temos grandes chances de aumentar essa produção melhorando a produtividade da terra. São lugares antropizados, mas com baixa produtividade”, afirma.
No Brasil, de acordo com a ex-ministra, nos últimos 30 anos, houve 312 milhões de toneladas de grãos produzidos, uma alta de 216% em produtividade e de 340% em produção e com a ocupação de 77 milhões de hectares. Sem a tecnologia e o estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de produtores rurais, outros 100 milhões de hectares precisariam ser desmatados, pontua.
"Hoje somos o primeiro em carne bovina, frango, etanol, açúcar, café, em uma porção de coisas. Do governo Lula para cá, foi criado o ABC, programa de agricultura de baixo carbono. Já tivemos 50 milhões de hectares, dos 77 em grãos, revitalizados, não degradados, que tinham baixa produtividade e subiram a produtividade".
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