Na China, Lula questiona dólar como moeda para comércio entre países do Brics
Para o petista, os países poderiam usar as próprias moedas nas relações comerciais
Em discurso durante a posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do Novo Banco do Desenvolvimento (NBD), o Banco do Brics, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou o uso do dólar para comércio internacional entre os países do bloco, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ele sugeriu o uso de uma moeda alternativa à norte-americana.
"Porque que um banco como o Brics não pode ter uma moeda que pode financiar a relação comercial entre Brasil e China, entre Brasil e outros países do Brics? É difícil porque tem gente mal-acostumada porque todo mundo depende de uma única moeda", declarou Lula. "Eu acho que o século 21 pode mexer com a nossa cabeça e pode nos ajudar, quem sabe, a fazer as coisas diferentes", completou o presidente.
Para o petista, os países poderiam usar as próprias moedas nas relações comerciais. "Quem decidiu que é era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade? Por que não foi yene? Por que não foi o Real? Por que não foi o peso? Porque as nossas moedas eram fracas, as nossas moedas não têm valor em outros países. Então, se escolheu uma moeda sem levar em conta a necessidade que nós precisamos ter uma moeda que transforme os países em uma situação um pouco mais tranquila", afirmou.
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A cerimônia de posse de Dilva Rousseff ocorreu nesta quinta-feira, em Xangai, onde fica a sede da instituição.
Os países que fazem parte do Brics estão entre as maiores economias do mundo, conforme levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI). A China, por exemlo, fica atrás apenas do Estados Unidos, enquanto a Índia está em 7º lugar. O Brasil ocupa a 9º colocação. Rússia e África do Sul estão em 11º e 37º lugar, respectivamente.
O dólar se tornou o padrão do comércio internacional com o Acordo de Bretton Woods, conferência ocorrida em 1944 que decidiu lastrear a moeda americana ao ouro.
O Banco Central do Brasil chegou a anunciar, no mês passado, um acordo com o BC da China para conversão direta das moedas dos dois países em operações comerciais.
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