Mercado de materiais de construção se aquece no início do ano com influência da COP 30, diz lojista
IPCA mostra que tijolos e serviços de reparo, por exemplo, tiveram alta de 0,87% e 0,71%, respectivamente.
As vendas de materiais de construção em Belém costumam crescer nos primeiros meses do ano, um movimento comum para o período, segundo lojistas do setor. Desta vez, porém, o aquecimento também reflete os preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro na capital paraense. Dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) mostram que o segmento de habitação fechou em 0,90% este ano, uma redução de 0,16 pontos percentuais. Porém, dentro desse grupo, alguns materiais de construção tiveram alta de preços.
Os números do IPCA indicam que, no acumulado do ano, até março,tintas e revestimentos para pisos e paredes ficaram cerca 0,46% mais caros cada, abaixo apenas de tijolos (0,87%) e serviços de reparo (0,71%).
A consultora de vendas Rosiclea Souza, que atua em uma loja de materiais de construção em Belém, observa que o evento internacional já influencia a demanda. Além das obras públicas de preparação, moradores estão investindo em reformas domésticas para aproveitar a expectativa de alta na locação de imóveis durante a conferência.
“As pessoas, principalmente agora, neste ano que a COP está chegando aí, estão aproveitando para reformar, para dar aquele checklist na sua casinha, para fazer uma decoração melhor e já aproveitar as pessoas que chegam para alugar seus imóveis”, afirma Souza.
Entre os produtos mais procurados, destacam-se itens de acabamento, como porcelanatos, louças sanitárias, tintas e revestimentos.
Para Souza, os valores dos produtos não sofreram aumentos significativos em relação a 2024. “Equivalente ao ano passado, esse ano não teve muito acréscimo não, os valores estão equilibrados”, afirma. No ano passado, por exemplo, os dados do IPCA oscilaram, com uma queda de 1,12% nos preços das tintas e uma alta de 1,95% nos revestimentos. Tijolos e serviços de reparos registraram 0,87% e 0,71%, respectivamente.
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Consumidores
Apesar dos interesses em torno da conferência climática, a funcionária pública Rosângela Rocha, têm frequentado as lojas de materiais da cidade para dar continuidade a reforma de uma imóvel que possui. Ela explica que cuida de uma residência que recebeu de herança e se dedica a manter o ambiente em bom estado de conservação. Por isso, mantém um monitoramento constante sobre o preço dos materiais de construção.
“É uma casa que eu já venho reformando. E todo ano, bota uma coisa, tira uma coisa, bota outra coisa”, explica Rocha.
Com a pesquisa de preços que faz já esbarrou em promoções inesperados, como a do piso de R$ 39 por R$ 32. Desse jeito a funcionária pública já está quase no fim da obra e sempre priorizando a economia. “Cada dia tu tem que ir lá porque o valor muda, e aí a gente aproveita. Às vezes eu nem sei o que está em promoção, eu chego e está, aí tem que aproveitar a oportunidade”, avalia.
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