Mais de 700 mil aposentados e pensionistas do INSS devem receber antecipação do 13º no Pará

Números são referentes ao ano de 2021; Dieese não têm, ainda, números atualizados de beneficiários do INSS deste ano

Natália Mello

Mais de 700 mil aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem ter acesso à antecipação do 13º salário, em 2022, no Pará. Esse número é referente ao ano de 2021, segundo levantou o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA). O levantamento atualizado para este ano de 2022 ainda não está disponível.

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No Brasil, são 36 milhões de beneficiários do INSS e a expectativa é que o pagamento da primeira parcela seja feito a partir de abril, e o da segunda, em maio.

Nos anos de 2020 e 2021, o 13º salário foi antecipado para abril e maio, e maio e junho, respectivamente, como ação para minimizar os impactos provocados pela pandemia da covid-19 nesse público. Anteriormente, o pagamento do abono era feito no segundo semestre do ano – agosto e setembro.

Quem vai receber o adiantamento do 13º?

O presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Pará (Faappa), Emídio Rebelo, explica que somente os beneficiários que não contribuíram com o INSS não recebem o pagamento agora.

“Só não recebem os segurados do INSS que são de prestação continuada, que são os idosos com idade superior a 65 anos que não têm renda e são beneficiados com um salário mínimo mensalmente”, explica.

Confira dicas para quem vai receber o 13º antecipado

Valfredo de Farias é especialista em economia e traz algumas dicas para quem vai receber o benefício de final de ano antecipado. Ele lembra que um dinheiro extra no orçamento é bem-vindo, principalmente nesse momento, em que tudo está mais caro.

Remédios e despesas de casa são os principais destinos desses recursos. Valfredo lembra que, com a antecipação, os beneficiários não podem esquecer que deixam de receber o 13º no final do ano. Por isso, é necessário estarem atentos para não se endividarem. O recurso que cairia mais à frente seria justamente para fazer frente ao que foi comprometido ao longo do ano, o que, com o repasse do valor no primeiro semestre, muda esse cenário.

“Tem muita gente aposentada que também tem filho novo, tem esse custo de matrícula, material, tem IPVA, tem IPTU, tem várias taxas que a gente é obrigado a pagar no início do ano. Então vai impactar se não tiver um planejamento muito bom ao longo do ano. Então, essas pessoas vão chegar com um certo endividamento, e muitos também inadimplentes, o que traz um transtorno para o seu dia a dia”, analisa.

Como fazer o 13º antecipado render?

A melhor forma de gastar o benefício, segundo o economista, é olhar para o futuro, tentando fazer mais dinheiro com ele. “Por exemplo, montar uma venda, começar um negócio, alguma coisa que vá fazer esse dinheiro gerar renda no futuro. Essa é a melhor forma de gastar o dinheiro. Infelizmente, a gente sabe que isso não acontece. São pouquíssimos os que usam o dinheiro para isso. A maioria vai usar para consumo, vai comprar alguma coisa para sua casa. Às vezes até dando entrada com esse recurso para fazer frente a um outro tipo de aquisição que vai gerar dívida”, destaca.

Valfredo reforça que, no caso de este beneficiário estar com dívidas, é válido usar o recurso para quitar as pendências ou usar parte dele para negociar esse débito.

"Quem não for comprar nada e não tiver dívida o bom é gastar esse dinheiro para viajar. Para o idoso, sempre é bom conhecer lugares novos, gastar esse dinheiro com alguma experiência nova. Então, o recomendado é isso, até porque é pouco recurso para a gente de fato investir, aplicar. O retorno é muito baixo”, finaliza.

Para aposentados, esperar pelo pagamento é difícil

A aposentada Lourdes Silva, de 69 anos, mora sozinha e já está com a primeira parcela do benefício comprometida desde antes do anúncio do governo. Ela conta que tem sido difícil aguardar o pagamento, devido à quantidade de contas mensais que tem para arcar.

Antecipei bem antes, em uma [instituição] financeira, então a primeira parcela vai pagar o valor que eu recebi e o restante já vai ficar uma pontinha. Vou usar para pagar algumas contas. Estou precisando comprar guarda-roupa, um estofado para a sala, mexer na casa, fazer uma pequena reforma. A vantagem de sair no primeiro semestre é que, na financeira, eles programaram meu pagamento para setembro, se eu pagar antes, devo ter algum desconto, então deve sobrar mais”, comemora a beneficiária do INSS desde 2005.

Lourdes afirma que, atualmente, tem sido bem difícil guardar algum valor para o final do ano. O benefício dela normalmente é dividido em duas parcelas de R$ 1.600. “Não sobra nada para a gente guardar, não. Imagina, um pão aqui onde eu moro, na Cabanagem, é R$ 0,50, fora daqui é mais caro ainda. E eu tenho meus bichos, alimento cinco cachorros de rua, mais quatro gatos, ajudo as pessoas”, finaliza.

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