Inflação prévia de abril em Belém sobe 0,33%, puxada por Saúde e Cuidados Pessoais

IPCA-15 do país subiu 0,43%, demonstrando uma desaceleração em relação a março, quando a taxa foi de 0,64%

Paula Almeida / Especial para O Liberal
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de Belém subiu 0,33% no mês de abril, puxado principalmente pelo grupo Saúde e Cuidados Pessoais que apresentou elevação de 0,79%. A prévia da inflação nacional registrou alta de 0,43%. O resultado representa uma desaceleração em relação a março, quando a taxa foi de 0,64%. 

Na capital paraense, o maior impacto para o IPCA-15 veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,79%), com destaque para os serviços médicos e dentários (1,47%). Em segundo lugar ficou o grupo Habitação (0,54%), impulsionado pela energia elétrica residencial, que subiu 1,10%. Vestuário aparece na sequência (0,45%), com alta significativa em joias e bijuterias (2,80%). Já Alimentação e Bebidas (0,42%) teve como principal responsável pelo aumento os tubérculos, raízes e legumes (3,86%).

Três grupos apresentaram queda em Belém: Artigos para Residência (-0,48%), com recuo mais acentuado em itens de cama, mesa e banho (-1,62%); Transportes (-0,05%), influenciado pela redução no transporte público (-1,63%); e Comunicação (-0,04%).

Acumulado no ano em Belém

De janeiro a abril, a inflação em Belém acumula alta de 2,36%. A maior variação ocorreu no grupo Educação (5,62%), puxado pelos cursos regulares (6,41%). Em seguida, Alimentação e Bebidas (4,24%) se destacou pelas bebidas e infusões, que registraram expressiva alta de 19,15%. Saúde e Cuidados Pessoais aparece em terceiro lugar (3,66%), com ênfase mais uma vez nos serviços médicos e dentários (7,10%).

Orçamento apertado

Para o supervisor técnico do Dieese Pará, Everson Cardoso, a previsão indica “mais despesas subindo de preço do que recuando”. Na realidade da capital paraense, caso as estimativas sigam nesse caminho, a tendência é de que os paraenses precisem apertar mais o orçamento para despesas essenciais. “A prévia de Belém ainda mostra uma inflação que segue aqui, apertando o orçamento dos paraenses”, afirma.

Apesar da projeção, Cardoso também não descarta uma possibilidade de fôlego para o bolso dos consumidores. Isso porque, no mesmo levantamento do departamento, alguns itens demonstraram recuo de preço. Gastos com alimentação, por exemplo, apresentam uma queda de quase 3%, segundo os dados do IPCA.

“Nesse primeiro trimestre, a gente não tem um volume de compra e busca pelos consumidores como é no final de cada ano. Geralmente, as pessoas continuam pagando suas dívidas; ainda há gastos que estão sendo pagos das festas de final de ano, e é um primeiro trimestre que começa a tentar colocar o orçamento em dia”, justifica o supervisor, sobre esse movimento de recuo.

Segundo Cardoso, a redução no valor do diesel também contribui para esse cenário de quedas em alguns preços, já que suaviza o preço do frete de alguns produtos. No entanto, embora a estabilização da inflação seja uma notícia boa, “não é algo a se comemorar”. “Não adianta só a inflação recuar ou estabilizar, é preciso que a minha renda cresça. Por isso que, quando a gente negocia salários, a gente briga pelo reajuste e pelo ganho real, para tentar fazer frente justamente a esses aumentos que, via de regra, são maiores do que a inflação e corroem o nosso poder de compra”, afirma.

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Acumulado em 12 meses

Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 em Belém acumula alta de 4,87%. Os maiores aumentos foram observados nos grupos Educação (7,17%), Alimentação e Bebidas (6,57%) e Saúde e Cuidados Pessoais (5,43%).

Resultados nacionais

No acumulado do ano, o IPCA-15 nacional soma alta de 2,43%, enquanto a variação acumulada em 12 meses chega a 5,49%, acima dos 5,26% registrados nos 12 meses anteriores. Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados, apenas Transportes (-0,44%) apresentou queda. Os destaques de alta ficaram com Alimentação e Bebidas (1,14%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,96%), que juntos responderam por 88% da taxa do mês. As demais variações ficaram entre 0,06%, em Educação, e 0,76%, em Vestuário.

No grupo Alimentação e Bebidas, a alimentação no domicílio acelerou, passando de 1,25% em março para 1,29% em abril. Entre os itens que mais contribuíram estão o tomate (32,67%), o café moído (6,73%) e o leite longa vida (2,44%). Já a alimentação fora do domicílio avançou 0,77%, ante 0,66% no mês anterior, impulsionada pelo aumento nos preços do lanche (1,23%) e da refeição (0,50%).

A alta em Saúde e Cuidados Pessoais (0,96%) foi influenciada por produtos de higiene pessoal (1,51%) e medicamentos (1,04%), após a liberação do reajuste de até 5,09% nos preços dos remédios, a partir de 31 de março. Os planos de saúde também tiveram alta de 0,57%.

No grupo Transportes, a queda de 0,44% foi puxada pelas passagens aéreas (-14,38%) e pela redução nos preços dos combustíveis (-0,38%). Os recuos foram observados no etanol (0,95%), gás veicular (0,71%), óleo diesel (0,64%) e gasolina (0,29%).

O de Habitação desacelerou de 0,37% em março para 0,09% em abril, com queda na energia elétrica residencial (-0,09%), ante alta de 0,43% no mês anterior. A taxa de água e esgoto registrou leve alta (0,12%), refletindo o reajuste de 4,17% aplicado em Goiânia (2,09%) desde 1º de abril.

Entre as regiões pesquisadas, Porto Alegre apresentou a maior variação (0,88%), impulsionada pelas altas expressivas do tomate (61,16%) e da gasolina (2,25%). Já a menor taxa foi registrada em Goiânia (-0,13%), influenciada pelas quedas no etanol (7,60%) e na gasolina (3,70%).

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