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Inadimplência cai para 24,4% em julho no Pará; endividamento se mantém estável

Dados da Fecomércio-PA apontam que, em junho, o percentual era de 26,8%, ou seja, agora há menos pessoas com contas atrasadas

Elisa Vaz
fonte

O nível de inadimplência das famílias paraenses caiu para 24,4% em julho, contra os 26,8% registrados em junho, como aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (Peic), da Federação do Comércio do Pará (Fecomércio-PA). Já o endividamento se manteve estável no Estado, passando de 68,7% para 68,8% entre os dois meses.

A pessoa endividada é aquela que tem dívidas a pagar, ou seja, fez um parcelamento ou financiamento que ainda não foi quitado, enquanto a pessoa inadimplente é aquela que não pagou uma dívida já vencida, portanto, tem contas em atraso.

Na comparação com o ano passado, a quantidade de famílias inadimplentes no Pará, com dívidas atrasadas, também caiu, já que, em julho de 2023, o percentual chegava a 25%. Por outro lado, houve crescimento no número de consumidores endividados - naquele período, o percentual ficava em 61,4%.

No Pará, o resultado foi diferente do observado no país como um todo, já que, a nível nacional, o endividamento dos consumidores caiu na passagem de junho para julho, atingindo 78,5% das famílias brasileiras, ante os 78,8% registrados um mês antes.

Melhora no Pará foi muito pequena

Segundo a assessora econômica da Fecomércio-PA, Lúcia Andrade, a queda na inadimplência pode refletir uma leve melhora nas condições para quitar as dívidas. “Pode ser decorrente de alguns programas e os feirões de renegociação de dívidas. Mas, ainda assim, o resultado é uma pequena redução, já que a taxa de inadimplência ainda permanece alta, em 24,4%”, opina.

Outro dado que a Peic traz é a parcela da renda comprometida com dívidas, que, no Pará, chegou a 32,9% em julho, um aumento em relação aos 32,7% registrados em junho. O percentual de pessoas que não conseguiriam pagar a dívida, por sua vez, caiu de 6,6% para 6,3%.

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Já o endividamento, que não necessariamente indica dívidas atrasadas, embora continue em um percentual elevado, próximo à casa dos 70%, se estiver dentro da capacidade de pagamento em dia e se houver planejamento financeiro, pode não representar um fato negativo, de acordo com Lúcia, pois pode refletir as oportunidades de o consumidor adquirir bens e serviços por meio de acesso ao crédito, por exemplo.

“Para a economia, sobretudo para o setor do comércio, pode refletir no aumento das vendas. Todavia, é preciso analisar e monitorar outros indicadores, como a inadimplência, que continua alta, e o comprometimento da renda com parcelas de dívidas mensais. Portanto, quando o endividamento se dá de maneira que ultrapasse a capacidade de pagamento, tornando o consumidor inadimplente, sem acesso ao crédito e com alto nível de comprometimento da renda mensal, além de enfrentar altas taxas de juros que o descapitalizam ainda mais, tem um efeito negativo para o consumidor, para o setor comércio e para a economia como um todo”.

Faixa de renda mais endividada

A pesquisa da Fecomércio-PA ainda destrincha os resultados por faixa de renda. As famílias que possuem um ganho de até 10 salários mínimos - o que hoje equivale a R$ 16,4 mil - apresentaram um endividamento de até 71,3%, superior aos 70,9% registrados em junho deste ano e aos 60,9% de julho do ano passado. Já as famílias que ganham mais que esse valor têm um endividamento na casa dos 45,3%, o que representa uma queda em relação aos 47,7% observados no mês anterior e aos 66,3% de julho de 2023.

Por faixa de renda, a inadimplência dos que têm remuneração de até 10 salários mínimos também é maior, de 25,1% em julho deste ano, ante 27,5% no mês ligeiramente anterior e o mesmo nível de julho do ano passado. Para as famílias com renda de mais de 10 salários mínimos o percentual ficou em 17,4%. Em junho, havia ficado em 19,8% e, em julho de 2023, em 23,3%.

Ainda de acordo com a Peic, o cartão de crédito é a principal modalidade de dívida, utilizado por 87% do total de devedores, seguido dos carnês e boletos e crédito consignado, entre outros. Confira detalhes no infográfico. Em síntese, para a assessora econômica da Fecomércio-PA, Lúcia Andrade, a taxa de famílias endividadas no mês de julho representa dívidas a pagar por pelo menos seis meses, seja no cartão de crédito, carnês, boletos, crédito consignado, crédito pessoal, cheque pessoal, financiamentos e outras modalidades.

Tipo de dívida no Pará

Modalidade | Julho de 2024 | Julho de 2023

  • Cartão de crédito | 87% | 81,2%
  • Cheque especial | 2% | 2,6%
  • Cheque pré-datado | 0% | 0,2%
  • Crédito consignado | 8,4% | 10,7%
  • Crédito pessoal | 3,7% | 2,4%
  • Carnês e boletos | 22,7% | 20,4%
  • Financiamento de carro | 8,2% | 7,4%
  • Financiamento de casa | 3,6% | 4,5%
  • Outras dívidas | 1,7% | 1,9%

Fonte: Fecomércio-PA

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