Impostômetro: Saiba quanto os paraenses já pagaram de impostos neste ano
O valor atual já está maior do que o registrado em 2023, e o ano ainda não acabou. Veja o que se deve saber sobre os dados do painel eletrônico
Do bombom ao cabeleireiro, tudo é impactado pelo custo da tributação. A afirmação é do advogado e assessor jurídico da Associação Comercial do Pará (ACP), Fernando Oliveira. Ele destaca que em números absolutos, o Impostômetro, painel eletrônico que estima em tempo real o quanto se paga de impostos no Brasil, o valor atual já está 18,77% maior do que o registrado em 2023, e o ano ainda não acabou.
“Este ano, a soma de todos os tributos recolhidos por todos os brasileiros, entre 1º de janeiro e 25 de novembro, apontou o montante de R$ 3,2 trilhões. Para ser exato, R$ 3.240.455.332.360,00, (três trilhões, duzentos e quarenta bilhões, quatrocentos e cinquenta e cinco milhões, trezentos e trinta e dois mil e trezentos e sessenta reais)”, afirmou Fernando Oliveira, na quarta-feira (27), e, na última sexta-feira (29), esse valor já estava 37 bilhões a mais, com o Impostômetro apontando R$ 3 trilhões e 278 bilhões, em número redondo.
Do total de R$ 3,2 trilhões, os paraenses pagaram R$ 50 bilhões, 055 milhões, 726 mil, 340 e 80 centavos, e isso até a última sexta-feira (29), o que representa 1,44% do total da arrecadação no Brasil. E desse montante, somente Belém responde por R$ 112 bilhões e 667 mil, e lidera a arrecadação no estado.
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No sudeste paraense, chama a atenção o grande volume de arrecadação de municípios com polos mineradores, Parauapebas, com R$ 182,4 milhões, e sendo superado pelo município vizinho, de Canaã dos Carajás, com R$ 258, 9 milhões arrecadados.
Exceções na reforma tributária preocupam setor produtivo
Sobre a reforma tributária com regulamentação em curso, Fernando Oliveira, destaca que ainda é cedo para se prever com precisão as consequências das mudanças, mas ele não está otimista. “Acredito que teremos, infelizmente, um aumento na carga tributária brasileira em um futuro próximo”, disse.
O volume de exceções na regulamentação da reforma tributária vem preocupando parte do setor produtivo. "A forma como estão encaminhadas as discussões, é provável que haja um aumento sensível na carga tributária brasileira, especialmente, no setor de serviços e em segmentos do comércio que atualmente são alvo de benefícios fiscais”, acrescentou o assessor da ACP.
Entre os impostos mais comuns, o advogado destaca que a União cobra a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o PIS/Pasep (Contribuição para o Programa de Integração Social) e o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado); os estados cobram o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e os municípios cobram o ISS (Imposto sobre Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).
“Na atualidade, percebe-se um aumento da complexidade do sistema tributário, isso por si só não é ruim, desde que haja o retorno em serviços públicos de qualidade voltados aos brasileiros. É importante que o cidadão fique atento a esse cenário novo, o que, de fato, está se discutindo, porque a gente está diante de um tema, que às vezes pode parecer distante, mas ele impacta diretamente no preço de tudo que o cidadão adquire no dia a dia. Da conta de luz ao supermercado e combustível”, disse Oliveira.
Mais sobre o Impostômetro
O Impostômetro foi criado, no ano de 2005, pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), para estimar a arrecadação nacional de tributos em tempo real. Junto com a ferramenta, o setor produtivo passou a criar campanhas regulares para chamar a atenção dos contribuintes sobre as informações diárias do volume de arrecadação, (quanto se paga de tributos no país), e a percepção sobre se os governos federal, estaduais e municipais utilizam os impostos de maneira apropriada. Isto é, aplicando os recursos em áreas públicas da educação, saúde, segurança e saneamento, por exemplo.
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