Tecnologia impulsiona produção de peixes e sustentabilidade na piscicultura da Grande Belém

Sistema de tanques elevados otimiza espaço e recursos, garantindo maior produtividade e qualidade

Gabi Gutierrez
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A piscicultura tem se consolidado como um setor promissor no Brasil, em especial no Pará. Impulsionada por novas tecnologias que tornam a produção mais eficiente e sustentável, um exemplo desse avanço é o sistema de criação em tanques elevados adotado por um criadouro de peixes, localizada na Grande Belém. A técnica permite a otimização do espaço, a criação de uma grande densidade de peixes em curto período e o reaproveitamento de recursos naturais. No sistema chamado de criação em tanques elevados, a tecnologia aliada ao manejo adequado garante um produto de alta qualidade e fortalece a competitividade no mercado.

Marcos Antônio Rodrigues é o dono do criadouro, e revela que, diferente dos modelos tradicionais, essa tecnologia permite que os peixes sejam criados em um espaço reduzido, mas com alta densidade populacional. Para garantir a qualidade da produção, ele explica que é realizado o monitoramento constante de parâmetros químicos, como amônia, nitrito e nitrato, e o uso de probióticos para manter a sanidade dos peixes.

“O monitoramento químico é essencial para termos um bom resultado. Isso só é possível com tecnologia, que também nos ajuda a agregar sustentabilidade ao sistema”, explica Rodrigues.

Ele destaca outro diferencial do modelo, que é a troca parcial da água dos tanques, que ocorre diariamente. Em média, 25% do volume total é renovado, garantindo melhores condições para os peixes. Mas, em vez de ser descartada, essa água é reaproveitada na agricultura, criando um ciclo sustentável.

Reaproveitamento da água na agricultura: economia e eficiência

A água retirada dos tanques não é desperdiçada. Pelo contrário, ela se transforma em um importante insumo para a produção agrícola do criadouro. “Essa água é rica em nutrientes devido aos dejetos dos peixes, o que já faz dela um excelente adubo natural”, explica o empresário.

Na granja, essa água é utilizada na irrigação de culturas como açaí, cacau, pimentinha e alface. Segundo Rodrigues, a reutilização não só evita desperdícios, mas também melhora o crescimento das plantas. “Se usássemos apenas água retirada do poço, o resultado seria inferior. Com a água enriquecida pelos peixes, temos um crescimento mais eficiente e sustentável”, afirma.

O aproveitamento da água reduz custos com fertilizantes químicos e otimiza o uso dos recursos naturais, tornando a produção mais competitiva.

image Segundo Rodrigues, a demanda por peixes no Brasil está em constante expansão. “É um alimento de qualidade, com preço competitivo em relação a outras proteínas disponíveis no mercado”, explica. (Foto: Tarso Sarraf | O Liberal)

Tecnologia é o diferencial

A adoção da tecnologia nos tanques elevados também impacta a competitividade do negócio. Com um sistema eficiente, é possível produzir peixes com maior qualidade e sanidade, fatores que agregam valor ao produto final.

“O cliente vê o peixe saindo diretamente da água, vivo, o que garante frescor e confiabilidade”, ressalta Rodrigues. Em um mercado cada vez mais exigente, oferecer um produto de qualidade superior é um diferencial importante.

Além disso, a piscicultura tem crescido como alternativa de proteína de alto valor nutricional e preço acessível. Segundo Rodrigues, a demanda por peixes no Brasil está em constante expansão. “É um alimento de qualidade, com preço competitivo em relação a outras proteínas disponíveis no mercado”, explica.

Planejamento e previsibilidade na produção

A tecnologia também permite um planejamento eficiente da produção. Como exemplo, Rodrigues cita o ciclo produtivo voltado para a Semana Santa, período de alta demanda por peixes. “Começamos a produção em setembro do ano passado. Para a Semana Santa deste ano, nossa produção já está praticamente toda vendida”, conta.

Essa previsibilidade só é possível graças ao controle rigoroso do ambiente dos tanques elevados. Com o monitoramento constante e o manejo adequado, a produção se torna mais eficiente e alinhada às exigências do mercado.

Vantagens do sistema superintensivo

Além dos benefícios econômicos, Marcos revela que o modelo de tanques elevados proporciona facilidades no manejo diário. Os peixes ficam acessíveis para qualquer tipo de avaliação, seja de peso, sanidade ou qualidade da água.

“No nosso sistema, conseguimos acessar os peixes facilmente para realizar qualquer verificação necessária. Isso nos dá um controle muito maior sobre a produção, reduzindo riscos e aumentando a eficiência”, afirma Rodrigues.

Com a otimização de recursos como ração, oxigenação e volume de água, o modelo superintensivo garante maior produtividade em menor espaço. A sustentabilidade do sistema, aliada à tecnologia, permite que a piscicultura se mantenha competitiva e com altos padrões de qualidade no mercado.

image Na granja, essa água é utilizada na irrigação de culturas como açaí, cacau, pimentinha e alface. (Foto: Tarso Sarraf)
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