'Greve do açaí' é suspensa após acordo entre batedores e barqueiros; entenda
Barqueiros do Marajó ainda resistem à padronização da medição, enquanto produtores esperam posicionamento da Prefeitura para buscar soluções definitivas

A "greve do açaí" em Belém, prevista para começar nesta terça-feira (1º), foi suspensa após um acordo com os barqueiros. A decisão foi tomada após compromisso firmado com os responsáveis pelo transporte do fruto em manter a medição tradicional até que a regulamentação seja estabelecida. Além disso, a categoria conta com a prefeitura para uma solução definitiva para regulamentação do fruto.
De acordo com Rochinha Jr., diretor de comunicação da Associação dos Vendedores Artesanais de Açaí de Belém (Avabel), os barqueiros pediram que a paralisação não ocorresse e se comprometeram a manter a medição do produto na lata de 18 litros até que a regulamentação seja aprovada. “Conversamos e eles se comprometeram a manter a medição do açaí até que a gente consiga aprovar a lei”, afirmou Rochinha.
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Durante o aniversário do Ver-o-Peso, o prefeito Igor Normando reafirmou apoio à categoria e encaminhou um documento à Procuradoria-Geral do Município (PGM) para regulamentar a pesagem do açaí em barris no Pará. A medida tem o objetivo de garantir transparência nas transações entre barqueiros e compradores. “O prefeito confirmou apoio à categoria, manteve o compromisso e disse que vai se empenhar para ajudar. Ele mandou o documento para a PGM, que trata da medição do açaí, para que não haja prejuízo para nenhuma das partes”, explicou Rochinha.
Uma reunião está prevista para ocorrer dentro de 20 dias, na qual serão discutidos avanços e possíveis soluções definitivas para a categoria.
Ao longo da produção desta matéria, a reportagem do Grupo Liberal entrou em contato com a prefeitura de Belém para entender o posicionamento e quais medidas estão sendo adotadas pela gestão municipal. No entanto, até o fechamento desta reportagem, não obtivemos resposta.
Padronização da pesagem e resistências no Marajó
Os trabalhadores defendem que a pesagem do açaí seja feita com exatidão, evitando prejuízo para os batedores. “A média da lata é uma padronização para que a comercialização seja feita de forma justa. O que a categoria quer é o peso, porque o fruto precisa ser pesado. A lata deve conter 14 kg e a basqueta, 28 kg. Só assim a comercialização será exata”, destacou Rochinha. Ele também denunciou que, muitas vezes, as latas chegam com menos quantidade do que o esperado. “Pedimos uma lata de açaí e vem 12 kg. Perdemos 2 kg em cada lata”, afirmou.
No entanto, há divergências entre os barqueiros. Segundo Rochinha, enquanto a parte do Amapá concordou com o acordo, algumas localidades do Marajó ainda resistem à padronização. “Macapá, que representa todo o Amapá, concordou, mas o Marajó e outras ilhas estão recusando”, explicou. Entre as localidades que ainda não aceitaram a medida, estão Anajás, Breves e Mocoões.
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