Governo quer isentar do pagamento do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos
Medida visa cumprir promessa de campanha de Lula, que prometeu isentar do Imposto todos os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais
Trabalhadores que recebem até dois salários mínimos poderão ficar isentos de pagar o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) ainda neste ano, segundo integrantes do governo federal ouvidos pela Folha de São Paulo. Da forma como é hoje, a isenção alcança apenas aqueles que ganham até R$ 1.903, por mês. Com a mudança, seria beneficiado também quem recebe até R$ 2.620, caso seja confirmado o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320, a partir de 1º de maio, conforme está sendo especulado.
As discussões têm a ver com a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu o compromisso de isentar do IRPF todo mundo que ganhe até R$ 5 mil mensais. Então, a medida seria progressiva.
No momento, de acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, o Ministério da Fazenda estuda duas maneiras de promover a isenção: uma seria a correção simples e direta da tabela, ampliando a faixa de isenção, e a outra seria mais complexa, mas implicaria em menos renúncia de recursos. Nesse caso, o trabalhador continuaria descontando o IR normalmente, todos os meses, mas teria todo o valor pago restituído, após a declaração entregue, no ano seguinte.
A segunda opção reduziria a renúncia dos recursos por parte do governo federal, diferentemente da primeira, pois, nessa escolha, a medida alcançaria todos os trabalhadores, independente da remuneração, pois quem ganha acima de dois salários mínimos também seria contemplado de alguma maneira.
A solução de não mexer diretamente na tabela também não afetaria o teto de gastos, que ainda está em vigor, pois as restituições do IRPF não ficariam ao alcance do limite de gastos. Ela também seria mais progressiva, concentrando o benefício nas camadas de renda mais baixa da população.
Para a Folha de São Paulo, o presidente Lula está buscando promover medidas de impacto para a classe trabalhadora, mesmo que isso gere algum prejuízo sobre a arrecadação, ou mesmo, aumento de despesas para o País. A outra iniciativa em discussão é justamente o aumento do salário mínimo, a partir de maio.
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