Faepa discute embargo na produção de arroz de fazenda na Ilha do Marajó

Na propriedade, do político e agropecuarista Paulo César Quartiero, localizada no município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó, ocorre a produção de arroz, milho, criação de gado, entre outros cultivos agrícolas.

Amanda Engelke
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Uma reunião realizada na tarde desta segunda-feira (1), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), em Belém, discutiu o recente embargo nas terras do político e agropecuarista Paulo César Quartiero. Na propriedade, que está localizada no município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó, ocorre a produção de arroz, milho, criação de gado, entre outros cultivos agrícolas. Atualmente, só de arroz, a produção é de 600.000 sacos de 50 kg por ano.

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O zootecnista Guilherme Minssen, que acompanhou as discussões, foi um dos que saíram em defesa da produção de Quartiero, destacando que a produção de arroz é uma das maiores do país. Ao Grupo O Liberal, ele informou que a Faepa deverá divulgar em breve uma “nota pública” como resultado da reunião. Já a assessoria de comunicação da Faepa informou que aguarda confirmação. Segundo Minssen, a reunião contou com a participação de vários sindicatos de produtores rurais.

"Posso dizer que o projeto liderado pelo agrônomo Paulo César Quartiero é elogiado por sua abordagem inovadora. O manejo inteligente dos recursos, incluindo tecnologia adequada, correção do solo e adubação, impulsionou a produção de grãos no Marajó. Além disso, essas práticas promoveram a diversidade na produção pesqueira ao multiplicar zooplâncton e fitoplâncton nos rios e canais", defende Minssen.

O zootecnista destaca ainda que a utilização de ureia como fertilizante sólido, aplicada por aviação agrícola, evita a compactação do solo. Para Guilherme Minssen, o projeto executado na propriedade merece “não apenas respeito, mas também reconhecimento”. Ele acrescenta que “técnicos do agronegócio e especialistas em grãos devem receber uma salva de palmas pela expertise demonstrada no manejo inteligente dos recursos disponíveis”.

"O futuro da região (Marajó) está nas mãos de grandes líderes, que devem escolher entre um caminho de abundância, como o que começamos a testemunhar, ou um de escassez, que infelizmente já conhecemos muito bem. Confiamos na capacidade da inteligência humana para corrigir injustiças, fortalecer verdades e selecionar as melhores sementes para um desenvolvimento. O arroz representa não apenas uma fonte de nutrição, é um símbolo de progresso e resiliência", diz Minssen.

Fazenda teria atividades irregulares; proprietário alega retaliação política

No final de março, a fazenda "Acostumado" (de Quartiero) foi alvo de uma operação deflagrada por agentes ambientais municipais e estaduais. Quartiero, que é ex-vice-governador de Roraima, recebeu multas que totalizam cerca de R$ 1 milhão. A operação, denominada "Mal Acostumado", teria identificado atividades irregulares, incluindo depósito de combustível, navegação pelo rio e atividade agropecuária, todas sem licenças.

O delegado Sandro Castro, titular da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), informou na época que houve apreensão de combustível e a fazenda foi proibida de comercializar produtos agrícolas, gerando três multas pelas faltas de licenças. Durante o ocorrido, Quartiero teria se recusado a assinar o termo de interdição, e um agente ambiental afirmou ter sido vítima de ofensas homofóbicas por parte do político.

Em declarações ao portal G1, Quartiero alegou, em contrapartida, que a paralisação levaria sua fazenda à falência, independentemente da veracidade das acusações, que classificou como "ridículas", sugerindo que a operação tinha motivações políticas e que estava sendo vítima de perseguição por um esquema da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas). Ele também confirmou que não assinou o termo de interdição da propriedade.

Em nota ao G1, a Polícia Civil informou que, após ser autuado administrativamente pelos crimes ambientais, Quartiero foi autuado pelos crimes de desacato e injúria racial, e as investigações seguem em andamento.

Em nota, a Semas informou à reportagem do Grupo Liberal que o empreendimento em questão não tem licenciamento válido para funcionamento. A Secretaria também aplicou multa no valor de R$ 1.026.750,00 ao proprietário pelas atividades de depósito de óleo diesel sem licença, além do uso de hidrovias e atividade agropecuária sem autorização.

Durante a apuração, Paulo César Quartiero e a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) foram procurados pela equipe de reportagem, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.

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