Férias de julho no Pará registram aumento de 60% em hotéis
O setor hoteleiro busca formas de renovação para atrair o público
O movimento de hotéis e restaurantes no Pará em julho apresentou resultado positivo, de acordo com levantamento realizado pelo Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRBS-PA). Em comparação a julho de 2018, houve um aumento de 60% no número de reservas nos meios de hospedagem este ano. O resultado, no entanto, "quase não pôde ser percebido pelo público porque houve uma maior distribuição de turistas e veranistas pelo Estado”, afirma o sindicato. Salinópolis, Ilha de Algodoal (Maracanã), Marudá (Marapanim), Soure e Salvaterra (arquipélago do Marajó), Colares, Santarém, Bragança, Parauapebas, Marabá, Conceição do Araguaia e Tucuruí foram as localidades que apresentaram melhor índice de ocupação.
O assessor jurídico do SHRBS-PA, Fernando Soares, informa que o movimento nos meios de hospedagem localizados nas cidades onde existem praias e balneários foi maior nos dois últimos finais de semana de julho, na segundo quinzena, portanto. Neste período, os estabelecimentos tiveram todos os leitos disponíveis ocupados por veranistas. Já durante a primeira quinzena, nos dois primeiros fins de semana, a média de reservas ficou em 78%, exceto na região do Marajó, onde os empreendimentos de hospedagem tiveram a ocupação máxima atingida durante todo o mês de julho.
Neste ano, o destaque do balanço de verão ficou por conta dos municípios que antes não figuravam entre os mais procurados. "Lugares que antes eram bem menos frequentados este ano tiveram um aumento de visitantes. Os turistas buscaram se aventurar para novos destinos. Foi o caso de Fortalezinha, no município de Maracanã, e Curuçá. Nos dois locais os meios de hospedagem ficaram lotados o mês inteiro. Parauapebas também recebeu um grande público. Bragança, por exemplo, que sempre recebeu um grande público, teve um índice médio de ocupação de apenas 90% dos meios de hospedagem, enquanto que em anos anteriores chegou a ter 100% da capacidade ocupada”, compara Fernando.
A ocupação de postos de trabalho, no levantamento do SHRBS, também apresentou aumento. A oferta de empregos temporários cresceu até 300% nas cidades praianas. E o setor de alimentação fora do lar foi o que mais absorveu mão de obra extra. Sobre as medidas necessárias para que o setor hoteleiro e de bares tenha ainda mais êxito, o sindicato declara que “sempre orienta aos seus associados a serem empreendedores e inovadores nos negócios”, e alerta para obstáculos criados por outros setores de mercado.
“O segmento dos meios de hospedagem, por exemplo, encara uma disputa com o mercado imobiliário que, em muitas circunstâncias, pode ser considerada desleal. Isto é muito forte em Salinópolis, onde aumentou o número de imóveis alugados por temporada. Os meios de hospedagem pagam impostos, geram postos de trabalho e um apartamento privado não tem a mesma carga tributária e folha de pagamento para fechar todo mês. Neste sentido, consegue vencer esta “concorrência” o empreendimento que oferece um serviço diferenciado e que agrega valores para o hóspede. O perfil do público mudou nos últimos anos. As pessoas estão mais exigentes, seletivas e criteriosas. É preciso atender a todos os gostos de público e fazer a diferença”, aconselha o assessor jurídico.
Com o objetivo de inovar e atrair mais hóspedes em Belém, o gerente do Beira Rio Hotel, Daniel Fiorentini, implementou um novo produto neste mês de julho: a opção da diária “day use”, que foi responsável pela taxa de ocupação de 52% atingida durante o período. Nesta modalidade o hóspede deve entrar e sair no mesmo dia. “Com o pagamento de R$ 97, a pessoa tinha acesso à piscina e ao restaurante. Foi a primeira vez que experimentamos e devemos colocar em outros momentos. Nós devemos ir atrás do público. Notamos também que houve crescimento dos hóspedes ‘walk in’, que são aqueles que não fazem reserva, que chegam a pé ao balcão. Geralmente são as pessoas que estão viajando de carro”, observa o empreendedor.
No caso do restaurante, uma nova concorrência trouxe mudanças. “Registramos uma movimentação também atípica, na ordem de 25% nos sábados e domingos, que computamos como ser do grande fluxo hoje gerado pelos restaurantes do Combu, uma vez que os portos de acesso a ilha ficam próximos ao restaurante do hotel”, analisa Daniel.
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