Exportações no Pará seguem tendência de queda no acumulado de janeiro a setembro de 2023

Setor industrial do estado vê cenário com preocupação e cobra políticas públicas de fortalecimento da atividade

Camila Azevedo
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Os produtos exportados pelo Pará no acumulado de janeiro a setembro de 2023 continuam em tendência de queda, conforme apontam dados do sistema do Comércio Exterior (Comex), disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). No período, o estado registrou volume de US$ 16,18 bilhões, 5,1% a menos do que no mesmo momento de 2022. O destaque é para o minério de ferro (56%) e cobre (10%).

A soja também teve grande participação nas exportações dos sete primeiros meses deste ano, somando 9,5% de produtos destinados a outros países, seguida pela alumina, com 7,4%. A China é apresentada pelos dados como a nação que mais fez trocas comerciais com o estado, ultrapassando os US$ 7,8 bilhões no período. No total, o Pará conta com 6,49% das participações nas exportações do Brasil.

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A preocupação do setor passa tanto pela parte da indústria que já está desenvolvida e consolidada, como a mineral, quanto pelos segmentos que precisam de melhores investimentos, a exemplo do agro. José Maria Mendonça, presidente do Centro de Indústrias do Pará (CIP), explica que as dificuldades internas ocorridas na China, principal parceiro comercial do Pará, afetam diretamente o mercado interno.

“Como eles [China] estão com problemas na bolha imobiliária, podem atingir o mercado do Pará, porque nossa exportação é baseada em minério. Estamos preocupados, não pelo que acontece no estado, mas lá fora, que pode prejudicar aqui. Se a China for bem, a indústria mineral vai bem, mas a gente acha que outros setores, principalmente a agroindústria, estão tendo muita pressão por políticas que não estamos conseguindo entender”, afirma José.

O presidente do CIP fala em “engessamento da Amazônia”, realidade que, segundo ele, tem feito esse lado da indústria ser proibido de alcançar modernização e conseguir novos mercados. “Se a gente leva só notícia ruim da Amazônia, é óbvio que ninguém vai querer negociar conosco. Achamos que há uma campanha para inviabilizar qualquer investimento para cá. Na hora de prospectar novos negócios, fica complicado”, pontua.

“Nós somos um estado mineral. Isso não é depreciativo. Canadá e Austrália, que estão entre os melhores IDHs do mundo, são minerais também. O problema é que não estamos conseguindo andar com outros setores. Existe quase que um bloqueio com outros segmentos do estado. O advento da COP 30 era para discutirmos nosso papel e eu acho que estão tentando nos mobilizar”, completa José, defendendo a necessidade de mais políticas públicas.

Importação

O cenário das importações do estado também é preocupante. A queda no montante entre os sete primeiros meses deste ano e o mesmo período de 2022 conta com uma diferença de 27,4%. Entre janeiro e setembro de 2023, o Pará totalizou US$ 1,51 bilhão no segmento e teve adubos, com 26%, e elementos químicos inorgânicos, com 17%, como o carro chefe das transações realizadas.

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