Exportação segue em queda, apesar de superávit de US$ 16 bi no saldo da balança comercial
Foram registrados 18,1 bilhões de dólares em produtos exportados, dois pontos percentuais a menos do que no mesmo período em 2022.
As exportações no Pará seguem em queda. No acumulado de janeiro a outubro de 2023 foram registrados 18,1 bilhões de dólares em produtos exportados, dois pontos percentuais a menos do que no mesmo período em 2022. A performance foi abaixo da registrada no mês passado, apesar do superávit de 16,5 bilhões no saldo da balança comercial. É o que apontam os dados do sistema do Comércio Exterior (Comex), disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços (Mdic).
A variação negativa de 6,4% do minério de ferro continua sendo um dos principais responsáveis pela queda nas exportações, isto porque o produto e seus concentrados são responsáveis por 56% de tudo que é exportado pelo Pará. Em valores nominais, deixaram de ser exportados 703 milhões de dólares em minério de ferro no acumulado de janeiro a outubro, quando comparado com o mesmo período de 2022. A Alumina também registou queda de 9,9%, bem como os demais produtos da indústria da transformação (-18%).
O cenário, na avaliação do presidente do Centro de Indústrias do Pará (CIP), José Maria Mendonça, segue parecido com o apresentado nos últimos meses, e ocorre devido as dificuldades internas da China, principal parceiro comercial do Pará. Nos dez primeiros meses deste ano, o Pará exportou produtos que totalizam US$ 8,9 bilhões ao país asiático. Apesar da soma expressiva, são US$ 313 milhões a menos do montante exportado nos dez primeiros meses do ano passado.
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A China corre inclusive o risco de não atingir a meta oficial de crescimento anual de cerca de 5%, uma vez que as autoridades lutam contra o agravamento da queda no setor imobiliário. “A China ainda passa por essas questões internas quanto ao setor imobiliário e, isto, preocupa o mundo. Aqui no Pará não é diferente; são efeitos. Eles são nossos principais parceiros quando falamos em exportações, mas também são parceiros importantes na importação”, explica José Maria Mendonça.
Preocupação
Mendonça aponta a madeira como destaque negativo no que diz respeito às exportações e demostra preocupação com o setor. De acordo com os dos apresentados pelo Comex, de fato, a queda foi significativa, de 36%. Ou seja, 98 milhões de dólares a menos. Ainda assim, a madeira foi responsável por uma movimentação de US$ 174 milhões no período analisado pela pesquisa. E, para o presidente da CIP, isto ocorre devido a fase de readaptação do setor, que sofre pressão.
“Existem entraves na questão do regramento e isto em nada tem a ver o combate ao desmatamento, que é extremamente importante e necessário; tudo deve partir da legalidade. Tem a ver, por exemplo, com entendimentos diferentes sobre um determinado material por parte dos órgãos de fiscalização e controle. É preciso unificar esses entendimentos, olhar com mais carinho para que possamos voltarmos a potencializar as nossas exportações”, aponta José Maria.
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