Do tacacá à tapioca, chefs de cozinha levam gastronomia paraense a Portugal
Com a dificuldade de logística de trabalhar com alimentos que saem do Pará, alguns produtos são adaptados, mas o sabor é o mesmo
A gastronomia paraense, rica em sabores típicos da Amazônia, tem sido exportada ao continente europeu por meio dos segmentos de restaurantes e hotelaria. Em Porto, Portugal, duas chefs de cozinha importam produtos direto do Pará e fornecem pratos como tacacá, maniçoba e tapioca aos consumidores, fazendo adaptações, mas mantendo a qualidade e o sabor da culinária do Estado.
Chef de cozinha, Marcela Costa mora em Porto há alguns anos, mas, recentemente, decidiu abrir um restaurante com a cara da Amazônia: o Casa Coentro. Ela conta que tomou a iniciativa porque não via nenhum sabor paraense sendo vendido em Portugal. “Daí surgiu a ideia de começar, eu mesma faço o tucupi, trago o açaí, e tive a oportunidade de abrir o restaurante”, lembra.
Um dos itens que ela não consegue usar em sua forma original é o jambu, por isso Marcela adapta o tacacá e serve o prato com espinafre. Já o camarão a chef consegue transformar de uma maneira que fique parecido com o que é consumido no Pará. O que vem originalmente do Estado é o açaí e a farinha de tapioca. “Consigo trazer de lá. A qualidade é a mesma. Eu ofereço para os meus clientes o açaí da forma que a gente consome: açaí com peixe frito e do lado a farinha, que eu também consigo trazer”.
Tapioca da Amazônia
Já a cozinheira Cidália França, que trabalha em um hotel cinco estrelas em Porto, escolheu outro prato típico para apresentar aos portugueses: a tapioquinha. Ela conta que o estabelecimento passou a servir um “pequeno almoço”, que é um buffet de café da manhã, e o chef da cozinha tinha curiosidade em saber como era a tapioca que é comida no Brasil.
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“Conversamos e resolvemos introduzir essa tapioca no buffet de pequeno almoço do hotel cinco estrelas e começamos a desenvolver formas de hidratar e de chegar a uma farinha mais perfeita e hoje temos um resultado muito bom, que agrada a muitas pessoas, tanto no recheio bem brasileiro quanto em recheios de infinitas nacionalidades. Inclusive, uma que é muito especial que é a portuguesa”, menciona.
Cidália detalha que, para fazer a tapioca no hotel, ela importa o amido da mandioca e produz a farinha na própria cozinha. Quando isso não é possível, também dá para importar a farinha já hidratada, mas é um segundo plano. Outro produto que vem direto do Pará e que não falta na casa da cozinheira e que já foi servido no hotel é o jambu.
“Eu congelo, já é uma peculiaridade minha, é uma forma de sempre ter um pouquinho do Pará na minha casa, mas também já levei para a cozinha. Acho que é nesses pequenos passos que a gente vai mostrando a nossa comida e a nossa cultura”, ressalta. A aceitação do público, segundo Cidália, é excelente, e a tapioca tem conquistado os cinco cantos do mundo.
As duas profissionais participaram, no último fim de semana, do Brasil Origem Week, evento realizado em Porto, Portugal, entre os dias 6 e 9, para divulgar os produtos brasileiros no continente europeu. Em um espaço chamado “cozinha show”, ambas ensinaram a fazer os pratos paraenses e apresentaram os sabores da Amazônia aos portugueses.
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