Diminuição no preço do gás de cozinha em Belém é realidade, mas valor ainda não agrada consumidores
Alguns reclamam que estão conseguindo economizar apenas R$ 5 em comparação com o preço anterior
O preço botijão de gás de 13 kg em Belém varia de R$ 95 a R$ 110 para compras na portaria dos estabelecimentos e de R$ 110 a R$ 120 para vendas com entrega a domicílio dependendo do bairro. O valor é menor do que há meses atrás quando o produto era vendido a R$ 125, porém, consumidores apontam que conseguem economizar somente cinco reais a cada compra. A maioria afirma que o preço se torna atrativo apenas quando é destinado para satisfazer as necessidades domésticas. Para donos de restaurantes, o valor atual do gás está longe de ser o ideal.
Em maio, quando a Petrobras anunciou a redução do preço do gás de cozinha, consumidores como a dona Lúcia da Silva, de 66 anos, que trabalha vendendo quentinhas, em um mini galpão localizado no bairro do Marco, ficaram animados, na expectativa de comprar o item abaixo de R$ 100.
Mas, a realidade econômica encontrada pela cozinha é bem diferente. Lúcia contou que costuma pagar R$ 110 para aderir um único botijão. Como trabalha com vendas de marmitas e é também dona de casa, precisa, mensalmente, comprar seis bujões, sendo quatro destinados para a fabricação das comidas, e dois para a casa.
“Ainda não senti a baixa do gás, e se abaixou tive uma economia de cinco reais em cada botijão. Preciso fazer malabarismo nas contas para conseguir comprar todo mês, busco economizar como posso, comprando em dias promocionais, sinto um impacto muito grande”, afirmou a microempreendedora, que gasta todo mês mais de R$ 500 para manter o negócio e a residência.
Lúcia chegou a conclusão que, quando se coloca os valores na ponta do lápis, somente quem compra para as suas residências sai ganhando vantagem. No caso dela, como vendedora, ainda é necessário vender muitas quentinhas para não sair no prejuízo.
“Hoje a gente trabalha para comprar gás e o básico no supermercado. Um rapaz me falou que vai aumentar [o valor do gás], aí que essa conta não vai fechar mesmo”, reclamou a idosa com medo de reajustes.
Sergap nega indicações de reajuste
Segundo Francinaldo Oliveira, presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás Liquefeito de Petróleo do Estado do Pará (Sergap), os novos possíveis reajustes para o aumento ou redução do preço do botijão de gás irão depender das novas políticas estabelecidas pelo Governo Federal.
Por enquanto, Francinaldo adianta que será necessário aguardar para saber como ficará o próximo valor final para o consumidor. “Ainda não temos nenhuma indicação se será reajuste para aumentar ou diminuir”, reiterou.
Mesmo diante disso, o presidente da Sergap garante que o valor do botijão de gás em Belém reduziu bastante, e que o preço não se tornou melhor, porque muitas distribuidoras insistem em não repassar a baixa do preço.
“Elas nunca repassam toda a redução que ocorre, as distribuidoras geralmente repassam integralmente os aumentos. Se tivessem comprimido, a redução no valor final ficaria a R$ 10, e o consumidor seria o maior beneficiado”, afirmou Francinaldo.
Atual preço do botijão de gás divide opiniões entre revendedores
Márcio Araújo, 46, é dono de uma revendedora de gás, no bairro da Pedreira, em Belém. No espaço, os valores de compra na portaria e entregam variam, respectivamente, R$ 10 reais.
Como a sua maior demanda são para vendas domésticas, o revendedor comemora o aumento de pedidos dos freguês. “O preço ficou atrativo e as pessoas estão preferindo vir buscar do que pedir por delivery”, acrescentou Márcio, dizendo que por dia vende 10 botijões na portaria.
Já o revendedor Laureno Norah, 72, que atende os bairros da Cidade Velha e Jurunas, a diferença entre a entrega a domicílio e buscar no estabelecimento faria em média R$ 15. Na opinião dele, o preço do botijão não deveria ter abaixado.
Norah destacou que o consumidor final ainda é o maior beneficiado quanto aos revendedores saem no prejuízo. “Estamos pagando R$ 6 mil de licença, e baixou R$ 5 reais aqui em Belém, mas a nossa maior competição ainda são os revendedores clandestinos", pontuou.
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