Companhias afirmam que não há redução de voos no Pará
Alto índice de judicialização tem gerados cortes em outros estados da região, como Rondônia
Apesar dos custos com alto número de ações judiciais no Norte do país, conforme noticiado recentemente, a partir de dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), à Redação Integrada de O Liberal, as principais companhias que operam no Pará garantiram que a oferta de voos se mantém estável no Estado.
A GOL informou que, neste mês de fevereiro, opera 464 voos no Pará, somando pousos e decolagens, em suas bases de Belém, Carajás, Marabá e Santarém. “A oferta de voos para os próximos meses se manterá estável, com pequenos ajustes de ofertas nas rotas São Paulo-Belém, Brasília-Marabá e Santarém-Manaus a partir de março de 2024”.
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A Azul afirmou que a operação na região Norte como um todo “segue dentro da normalidade”. No Pará, a companhia opera cerca de 40 voos diários em diferentes cidades. Já em Rondônia, a companhia realizou adequações na frequência da malha, por conta do elevado índice de judicialização no estado. Segundo a Azul, “o mais alto do Brasil e que aumenta o custo da operação na região”.
A LATAM Brasil também respondeu ao Grupo O Liberal dizendo que “não tem previsão de mudanças em suas rotas no Pará e continuará operando normalmente de Belém-Manaus, Belém-Fortaleza, Belém-Macapá, Belém-Brasília e Belém-São Paulo/Guarulhos”.
Cortes seriam fruto do custo da alta judicialização
Segundo a IATA, no Brasil, são registrados oito processos a cada 100 voos, enquanto nos Estados Unidos ocorre 0,01 processo a cada 100 voos. O custo da alta judicialização, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), chega a R$ 1 bilhão, com assistência a passageiros, indenizações extrajudiciais e condenações judiciais decorrentes da prestação de serviços aéreos.
A LATAM diz que “vê com preocupação o excesso de judicialização no setor aéreo brasileiro e os altos valores aplicados nas decisões judiciais”. A companhia informou à reportagem que a operação brasileira da companhia, responsável por quase 50% da operação de todo o Grupo LATAM, responde por mais de 98% dos processos do grupo.
Em Rondônia, a prefeitura da capital Porto Velho entrou com uma ação civil pública contra a Azul e a Gol contra a redução de voos. O assunto, conforme apurado pelo Valor, mobiliza ainda outros estados da região, como Acre e Roraima, igualmente afetados.
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) alega que não possuir atribuição institucional para definir rotas ou interferir na oferta de voos das empresas aéreas.
"De todo modo, a Agência vem atuando na solução do problema que afeta o transporte aéreo na Região Norte. Nesse sentido, a ANAC, em conjunto com representantes dos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo dos estados da Região Norte, além do Ministério Público, tem buscado o estabelecer o diálogo para garantir o interesse público e um setor de transporte aéreo competitivo, eficiente, seguro, acessível e de qualidade para toda a população", afirmou ao Grupo O Liberal.
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