CDP economiza R$ 23 milhões com reforma administrativa e atinge lucro recorde em 2024
Investimentos em infra estruturas estão sendo elaborados para manter evolução, diz presidente

A Companhia Docas do Pará (CDP), administradora de portos no estado, alcançou um índice financeiro recorde no último ano, com a margem de lucro em 44,68%. O diretor-presidente da companhia, Jardel Silva, associa os resultados positivos principalmente a uma reforma administrativa que enxugou “gastos desnecessários”. O foco agora é investir em infraestrutura e ampliar operações e portos para garantir a permanência do bom desempenho e continuar evoluindo.
A reestruturação interna a que o presidente atribui os resultados alcançou uma economia de “algo em torno de R$ 23 milhões”, uma redução de 21% nas despesas em comparação com o mesmo período de 2023. Jader assumiu a companhia em agosto de 2023, quando colocou em prática a reforma administrativa. “Nós adotamos uma política de preservação do operário público em relação a gastos desnecessários, então a gente teve com essa medida um impacto financeiro negativo em relação aos gastos e positivo em relação à economia”, avalia.
Na prática, essa reforma significa a redução de pessoal e de contratos administrativos desnecessários, como explica o presidente. Mas, além da medida interna, ele também menciona a “eficiência operacional da companhia”, como fator de influência desse desempenho. Isso devido a um aumento nas operações de exportações da companhia, que opera hoje com cinco portos públicos e dois terminais no estado, movimentando quase 40 milhões de toneladas em cargas ao ano.
O presidente celebra o reforço de caixa adquirido com a economia pelo que descreve como “uma boa administração dos recursos públicos”. É a partir dessa estratégia de economia que se torna possível investir nas melhorias estruturais planejadas para este ano na companhia, além do retorno à sociedade, que passa a pagar menos no preço final dos produtos trazidos pelos portos.
“No terminal de Miramar, por exemplo, se a gente consegue potencializar ele, conseguem vir maiores navios ou navios com maior capacidade de carga. Esse maior volume de combustível gera um barateamento no frete e consequentemente isso se reflete na ponta, na bomba de combustível”, explica.
Projetos futuros
Jader confirma um leilão público no porto de Vila do Conde, no município de Barcarena, com previsão para acontecer ainda este ano, com aproximadamente mais de R$ 1 bilhão em investimentos. Trata-se de um terminal previsto para escoamento de grãos, principal produto exportado nas operações da companhia. Além disso, há também o plano de iniciar investimentos na construção de um novo terminal de múltiplo uso, na mesma região.
Somada às ações em Vila do Conde, o presidente menciona um interesse na ampliação do píer localizado em Santarém, região do baixo Amazonas. A ampliação permitirá a operação de contêineres na região, incentivando ainda mais os ganhos da entidade. Esses investimentos também estão previstos para este ano, mas os planos estão sujeitos a alterações.
“Temos uma alta demanda do setor de grãos que todos os anos é muito crescente, e a gente prevê para esse ano uma supersafra, e estamos tentando buscar alternativas para atender essa demanda que vai ser criada. Inclusive, com soluções como a implantação do quadro de boias”, explica.
O quadro de boias são estruturas flutuadoras em diversos formatos, sustentadas em seus lugares por estarem fundeadas ou amarradas, sem a necessidade de estruturas de píer ou demais atracações.
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Expectativa
Segundo Silva, ainda é cedo para mensurar um número quanto à expectativa de receita deste, mas é fácil projetar os próximos passos. “A ideia é continuar preservando os ajustes nas despesas administrativas não necessárias e buscar os bons resultados com as receitas operacionais”, observa. A sua principal expectativa é com a supersafra que este ano deve apresentar, além do mesmo comportamento em outros segmentos, como o de combustíveis, o que deverá aumentar a receita em relação ao último balanço.
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