Carnaval multiplica as vendas de ambulantes em Belém: ‘Vale por dois meses de trabalho’
Mesmo com a concorrência e da alta nos custos, ambulantes aproveitam a folia para faturar o dobro em Belém.

O Carnaval não movimenta apenas blocos e foliões, mas também a economia informal. Para muitos vendedores ambulantes de Belém, os dias de festa representam a chance de aumentar a renda e equilibrar as finanças. Apesar da concorrência acirrada, trabalhadores aproveitam a folia para vender e garantir um faturamento que pode equivaler a meses de trabalho em períodos não festivos.
Com mais de três décadas atuando no Carnaval, Mauro Seabra, de 42 anos, percorre diversos pontos da cidade, como a Pedreira, o Mangueirão e o Ver-o-Rio nesta época do ano, vendendo bebidas variadas. Segundo ele, os preços permanecem os mesmos do ano passado, mas o custo dos insumos aumentou. “O preço das compras subiu, mas a gente tenta manter para vender”, explica. Mesmo com os aumentos, ele explica que a demanda tem sido satisfatória. “Tá bom, dá para arrumar um dinheiro extra”, afirma.
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Lindomar Dias, que trabalha vendendo churrasquinhos, também vê o Carnaval como uma oportunidade essencial para reforçar o caixa. “O que a gente ganha no Carnaval equivale a dois meses de trabalho normal”, destaca. Ele vende cada unidade por R$ 5 e circula por diferentes eventos na cidade, como shows e jogos de futebol ao longo do ano. “A concorrência é grande, mas vamos indo”, diz, comparando o movimento ao do ano passado. Ele também relata aumento no custo dos insumos, e revela que conseguiu manter os preços, garantindo boas vendas nos dias de folia.
Já Pedro Akila, de 26 anos, está tendo sua primeira experiência vendendo salada de frutas no Carnaval da capital paraense. Após morar sete anos em Salvador (BA), onde o comércio ambulante durante a festa é intenso, ele decidiu testar o potencial do evento na capital paraense. “Eu morava em Salvador, e lá é muito mais agitado, mas estou vendo que aqui também vai ser lucrativo”, avalia.
Normalmente, Pedro vende entre 25 e 30 unidades por dia, mas, para o Carnaval, aumentou sua produção para 50 saladas diárias. O preço de cada porção subiu para R$ 8 devido ao aumento dos custos, mas, segundo ele, os clientes entenderam o reajuste. “Graças a Deus, ninguém reclamou. As pessoas sabem que tudo ficou mais caro”, explica. Inicialmente, ele planejava começar a vender apenas no dia seguinte, mas, após perceber um movimento fraco nas embarcações do Jurunas, onde costuma trabalhar, decidiu se antecipar. “O Carnaval aumenta bastante as vendas, e eu quero aproveitar ao máximo”, diz.
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