Câmara deve votar hoje teto de ICMS para energia e combustível; Sefa aponta perda bilionária ao Pará
Representando o governador Helder Barbalho, o secretário da Fazenda, René Sousa, participou do Fórum Nacional dos Governadores, que discutiu o projeto
O projeto de lei que classifica como essenciais a energia elétrica, combustíveis, serviços de comunicação e o transporte coletivo para fins de incidência tributária, fixando a alíquota máxima de 17% do ICMS sobre estes segmentos, pode ser votado nesta terça-feira (24), pela Câmara dos Deputados. De autoria do deputado federal cearense Danilo Forte, a matéria tramita em regime de urgência e vai impactar fortemente nos cofres dos estados, caso aprovada. Por isso, o assunto foi tema central do Fórum Nacional dos Governadores, realizado nesta segunda-feira (23).
Estudos preliminares do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e Distrito Federal – Comsefaz, estimam que as perdas para os Estados alcançariam R$ 67,7 bilhões em 2022, caso a medida entre em vigor.
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Representando o governador Helder Barbalho no encontro, o secretário de Estado da Fazenda, René Sousa Júnior, informou que as mudanças na legislação previstas no Projeto representam perdas de R$ 1,8 bi, por ano, na receita do Pará. "Os Estados discutiram as medidas a tomar, pois tal medida inviabilizaria o orçamento estadual, pondo em grave risco o equilíbrio fiscal duramente alcançado nos últimos anos”, declarou o titular da Sefa.
O PLP 18/2022 tenta conter o preço dos combustíveis e nos demais segmentos a partir da diminuição da alíquota de imposto, mas a medida vem sendo questionado por estados e municípios. “Os estados brasileiros defendem a realização de uma reforma tributária ampla para simplificar a tributação sobre o consumo no país, com uma tributação uniforme de todos os produtos”, defendeu o titular da Sefa Pará.
No Pará, a alíquota atual da gasolina é de 28% e a receita com combustíveis representou 28% da receita própria do Estado em 2021. O Pará também pratica a alíquota de 17% para GLP (gás de cozinha) e diesel; 25% para álcool hidratado; 25% sobre a energia elétrica e 28% sobre as contas de telecomunicações.
Os municípios também serão afetados pelo projeto de Lei do deputado Danilo Forte, já que recebem 25% do total do ICMS arrecadado. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios, o impacto será na ordem de R$ 15 bilhões ao ano. A perda total estimada aos municípios paraenses gira em torno de R$ 500 milhões.
“Não há de se negar que as alíquotas que incidem sobre estes bens são elevadas e impactam no preço destes produtos à população, mas existem outras saídas que podem ser adotadas pelas autoridades e pelo Congresso Nacional, na medida em que este projeto propõe, mais uma vez, retirar recursos de Estados e Municípios, prejudicando significativamente a prestação de serviços à população. Defende-se, assim, que, ao invés dessa medida, se aplique um aumento dos impostos nas empresas petrolíferas que são hoje em dia as que têm obtido os maiores lucros e podem arcar com estes valores em prol de nossa sociedade”, diz texto assinado por Paulo Ziulkoski, presidente da CNM.
Veja as perdas estimadas para os municípios do Pará (R$)
- Abaetetuba: 2.181.472,79
- Abel Figueiredo: 567.955,88
- Acará:1.281.832,90
- Afuá: 1.017.543,87
- Água Azul do Norte: 1.707.636,24
- Alenquer PA 1.390.555,77
- Almeirim: 4.365.030,17
- Altamira: 7.466.346,85
- Anajás: 925.943,86
- Ananindeua: 14.158.660,67
- Anapu: 1.330.831,51
- Augusto Corrêa: 693.264,51
- Aurora do Pará: 699.551,43
- Aveiro: 1.050.629,34
- Bagre: 733.352,03
- Baião: 828.725,09
- Bannach: 789.833,42
- Barcarena: 17.286.184,38
- Belém: 55.114.832,62
- Belterra: 1.257.300,46
- Benevides: 4.493.669,21
- Bom Jesus do Tocantins: 869.132,10
- Bonito: 1.023.063,23
- Bragança: 1.627.900,36
- Brasil Novo: 1.059.820,35
- Brejo Grande do Araguaia: 692.860,45
- Breu Branco: 1.597.413,85
- Breves: 1.532.504,56
- Bujaru: 623.073,26
- Cachoeira do Arari: 822.224,51
- Cachoeira do Piriá: 691.829,28
- Cametá: 1.415.014,03
- Canaã dos Carajás: 47.769.223,62
- Capanema: 1.920.423,66
- Capitão Poço: 1.089.128,31
- Castanhal: 9.893.570,37
- Chaves: 927.446,35
- Colares: 508.044,68
- Conceição do Araguaia: 1.296.594,21
- Concórdia do Pará: 916.474,91
- Cumaru do Norte: 1.666.458,69
- Curionópolis: 2.326.317,26
- Curralinho: 842.564,03
- Curuá: 595.236,13
- Curuçá: 699.122,64
- Dom Eliseu: 2.001.631,36
- Eldorado dos Carajás: 1.417.773,21
- Faro: 977.263,96
- Floresta do Araguaia: 1.331.828,06
- Garrafão do Norte: 657.876,84
- Goianésia do Pará: 1.123.163,34
- Gurupá: 990.595,48
- Igarapé-Açu: 776.238,30
- Igarapé-Miri: 1.055.803,48
- Inhangapi: 612.585,00
- Ipixuna do Pará: 1.430.350,02
- Irituia: 675.118,40
- Itaituba: 9.177.851,09
- Itupiranga: 1.489.458,05
- Jacareacanga: 6.236.156,51
- Jacundá: 1.136.841,05
- Juruti: 3.507.081,69
- Limoeiro do Ajuru: 688.508,27
- Mãe do Rio: 769.986,50
- Magalhães Barata: 529.336,72
- Marabá: 30.311.408,09
- Maracanã: 626.037,69
- Marapanim: 618.857,09
- Marituba: 5.182.640,89
- Medicilândia: 1.582.417,13
- Melgaço: 833.694,48
- Mocajuba: 711.002,11
- Moju: 3.626.330,40
- Mojuí dos Campos: 758.851,84
- Monte Alegre: 1.432.041,43
- Muaná: 868.279,96
- Nova Esperança do Piriá: 751.997,16
- Nova Ipixuna: 717.431,47
- Nova Timboteua: 551.099,10
- Novo Progresso: 4.133.368,64
- Novo Repartimento: 2.292.442,47
- Óbidos: 1.625.921,61
- Oeiras do Pará: 756.615,42
- Oriximiná: 7.448.216,07
- Ourém: 603.510,71
- Ourilândia do Norte: 2.872.288,70
- Pacajá: 1.632.745,13
- Palestina do Pará: 659.598,43
- Paragominas: 8.543.496,78
- Parauapebas: 73.477.718,86
- Pau d'Arco: 675.108,01
- Peixe-Boi: 495.425,83
- Piçarra: 1.270.413,38
- Placas: 921.257,85
- Ponta de Pedras: 825.677,08
- Portel: 1.620.186,13
- Porto de Moz: 1.160.454,10
- Prainha: 1.078.490,20
- Primavera: 1.357.252,21
- Quatipuru: 513.328,12
- Redenção: 3.721.226,20
- Rio Maria: 1.769.996,53
- Rondon do Pará: 1.667.185,21
- Rurópolis: 1.140.646,74
- Salinópolis: 940.775,89
- Salvaterra: 752.007,05
- Santa Bárbara do Pará: 870.844,78
- Santa Cruz do Arari: 678.551,67
- Santa Isabel do Pará: 2.769.570,36
- Santa Luzia do Pará: 679.838,53
- Santa Maria das Barreiras: 2.416.482,04
- Santa Maria do Pará: 771.351,01
- Santana do Araguaia: 3.094.934,80
- Santarém: 9.452.202,55
- Santarém Novo: 499.295,81
- Santo Antônio do Tauá: 883.370,65
- São Caetano de Odivelas: 599.455,77
- São Domingos do Araguaia: 991.618,74
- São Domingos do Capim: 695.621,11
- São Félix do Xingu: 5.248.623,87
- São Francisco do Pará: 580.308,16
- São Geraldo do Araguaia: 1.827.498,21
- São João da Ponta: 492.795,73
- São João de Pirabas: 590.674,26
- São João do Araguaia: 659.804,66
- São Miguel do Guamá: 993.037,15
- São Sebastião da Boa Vista: 849.416,73
- Sapucaia: 728.281,74
- Senador José Porfírio: 1.025.075,12
- Soure: 842.084,30
- Tailândia: 3.185.377,03
- Terra Alta: 510.597,63
- Terra Santa: 1.286.931,88
- Tomé-Açu: 1.873.136,25
- Tracuateua: 637.738,12
- Trairão: 1.040.070,85
- Tucumã: 1.967.896,54
- Tucuruí: 13.937.620,92
- Ulianópolis: 1.561.146,84
- Uruará: 1.708.282,64
- Vigia de Nazaré: 949.632,08
- Viseu: 927.119,94
- Vitória do Xingu: 12.305.548,40
- Xinguara: 3.574.461,83
- Total do Estado: 494.565.782,10
FONTE: CNM
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