Café e óleo impulsionam alta da cesta básica em Belém, revela Dieese

Com um aumento de 5,14%, o preço da cesta básica teve as maiores altas em café (70,22%) e óleo (30,14%).

Gabi Gutierrez
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O preço da cesta básica em Belém subiu novamente em fevereiro, atingindo R$ 700,06, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA). O aumento acumulado no ano já chega a 5,14%, superando a inflação do período. Entre os itens que mais encareceram nos últimos 12 meses estão o café, com alta de 70%, e o óleo de soja, que subiu 30%. O custo da alimentação já compromete quase 50% da renda mensal dos consumidores que tentam alternativas pra driblar os aumentos.

A pesquisa fez comparação com o mesmo período de 2024 e registrou que este ano o custo total da cesta básica para os paraenses acumula uma alta de 5,25%. Esse aumento superou a inflação estimada de 4,50% para o período. Entre os alimentos que mais subiram de preço, destacam-se o café, com aumento de 70,22%, o óleo de soja, com alta de 30,14%, e o leite, com aumento de 19,97%. Já produtos como farinha (2,95%) e pão (0,77%) tiveram variações mais modestas, mas ainda assim refletem o impacto da alta no custo da alimentação.

Apesar do aumento geral nos preços dos alimentos, a tradicional dupla feijão com arroz teve uma boa surpresa. O preço do feijão, que sofreu altos aumentos no último ano, registrou uma queda de 6,07% em fevereiro de 2025, comparado ao mês anterior. O custo do quilo do feijão ficou em R$ 6,10, o que representa uma redução significativa de 28,73% em relação ao mesmo período de 2024.

No dia a dia

Para quem precisa fazer as compras do mês, a alta dos preços tem sido um desafio. A consumidora Carla Oliveira conta que precisou mudar os hábitos para conseguir manter a alimentação da família. “O café está um absurdo! Antes eu comprava um pacote grande para o mês inteiro, agora tive que reduzir a quantidade porque o preço quase dobrou. Também passei a procurar marcas mais baratas, mas mesmo assim está difícil”, relata a empresária.

Outra preocupação é com o óleo de cozinha, que também teve um aumento expressivo. “O óleo de cozinha também está cada vez mais caro. Eu costumava comprar dois por mês, mas agora compro um e economizar ao máximo”, afirma Sidônia Costa, de 61 anos.

Ela também comenta as dificuldades na hora de fazer as compras: “São coisas que realmente não tem como a gente fugir, mas tento levar em menos quantidade e, quando é possível, substituir. No caso do óleo, levo uma banha para equilibrar e assim a gente vai levando”, relata dizendo que as compras ficaram mais estratégicas.

“Na minha casa moro com mais 3 pessoas e o custo da nossa alimentação, o básico, já deve consumir 45% da renda mensal”, afima Carla.

Com base nos dados coletados, o DIEESE estima que, em fevereiro de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.229,32, ou 4,76 vezes o salário mínimo atual de R$ 1.518,00. Isso demonstra um aumento no valor necessário em comparação ao mês de janeiro, quando o valor estimado era de R$ 7.156,15. Em fevereiro de 2024, o valor do salário mínimo necessário era de R$ 6.996,36, ou 4,95 vezes o valor do salário mínimo na época.

Nacional

Mas o pão de cada dia não pesou somente para os paraenses. No balanço do DIEESE,  Belém, registrou a 12ª cesta básica mais cara do Brasil, alcançando R$ 700,06. Entre as capitais com maior custo, São Paulo foi a cidade com o valor mais alto, chegando a R$ 860,53. Ainda foi possível observar que, em fevereiro de 2025, o valor da Cesta Básica aumentou em 14 das 17 capitais pesquisadas. Entre as cidades com maiores aumentos, Recife (4,44%), João Pessoa (2,55%) e Natal (2,28%) se destacaram.

 

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