Boas práticas podem deixar conta de luz mais barata; veja dicas de como economizar
Do uso excessivo do ar condicionado a fiações e equipamentos velhos, há vários fatores que podem contribuir para um custo elevado aos consumidores
Mesmo no período de inverno amazônico, que deixa o clima de Belém mais ameno, é preciso tomar certos cuidados em casa para evitar uma conta de energia elétrica muito cara. O uso excessivo de eletrodomésticos, especialmente os que são aquecidos, pode elevar os gastos dos consumidores, mas existem outros fatores que também contribuem para a situação.
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Engenheiro elétrico e presidente do Conselho de Consumidores da Equatorial Energia Pará, Carlindo Lins afirma que o horário de pico do consumo de eletricidade - a chamada curva de carga - é das 18h às 23h, e o principal vilão é o ar condicionado. “Não só ele, mas tudo que aquece através da energia: chuveiro elétrico, aquele banho demorado aumenta o consumo; secador de cabelo e chapinha; tudo que aquece puxa muita energia para transformar em calor”, explica.
Prejuízo
Outra prática que pode encarecer a conta de luz é abrir e fechar a geladeira com muita frequência, diz. Segundo o especialista, quando a porta do eletrodoméstico é aberta, uma massa quente de ar passa para a área interna e, para manter a temperatura baixa, o equipamento precisa “trabalhar mais”. “No calor, mesmo que a pessoa use as mesmas coisas de sempre, pode se deparar com uma energia mais cara, porque a geladeira exige mais do compressor nesse período”.
Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá (Corecon-PA/AP), Nélio Bordalo Filho, são os equipamentos de alta potência que mais prejudicam os consumidores, além dos itens antigos e menos eficientes, principalmente geladeira e ar condicionado, e a iluminação ineficiente e lâmpadas ultrapassadas, que consomem muita energia.
Fora isso, as variações nas tarifas de energia elétrica no Brasil podem impactar “significativamente” as escolhas de consumo dos indivíduos, afirma. “Essas variações podem ocorrer por diversos motivos, incluindo mudanças nas condições climáticas, demanda sazonal, variações nos custos de geração e distribuição, entre outros. Isso gera um aumento direto nos custos mensais de eletricidade para os consumidores”, pontua.
Soluções
Por isso, o economista indica sempre fazer um monitoramento dos hábitos de consumo. A conscientização financeira e o consumo sustentável, de acordo com Bordalo, são de extrema importância para controlar os gastos com energia elétrica. “Ao entender como os hábitos de consumo afetam as contas de energia, as pessoas podem adotar práticas mais eficientes, resultando em custos mensais menores. Há também o benefício da sustentabilidade ambiental. A consciência do impacto ambiental do consumo de energia incentiva escolhas mais sustentáveis”, avalia.
Os erros mais comuns dos consumidores, na avaliação do especialista, são: manter aparelhos em “standby”, não fazer manutenção preventiva nos eletrodomésticos, esquecer luzes acesas em cômodos vazios, deixar a televisão ligada sem estar assistindo e deixar carregadores conectados sem carga.
As soluções, diz Nélio, são desligar completamente os dispositivos, manter os aparelhos em bom estado, mudar o hábito de esquecer luzes acesas em cômodos vazios e adotar iluminação inteligente com sensores de presença, desligar a televisão quando sair do ambiente ou quando não estiver mais assistindo, e desconectar carregadores quando não estiverem em uso. Ainda, adotar eletrodomésticos e equipamentos mais eficientes energeticamente, considerar a implementação de fontes de energia renovável e envolver todos os membros da família na conscientização do uso eficiente de energia.
Já Carlindo Lins lembra que, conforme a instalação elétrica for usada, é preciso fazer uma revisão frequente para verificar se a fiação do imóvel está adequada e com uma boa idade. Ele afirma que, nos locais onde a instalação elétrica é muito antiga, a conta de luz vem mais alta porque o consumo fica maior, e indica que o morador chame um eletricista para verificar a situação do imóvel, mas a frequência dessa revisão depende do consumo de cada casa ou estabelecimento. Além disso, o engenheiro também recomenda a “manutenção preventiva” - fazer a limpeza do ar condicionado, por exemplo.
Confira algumas práticas que podem reduzir custos de energia
- Escolha modelos mais eficientes de ar condicionado e ajuste a temperatura para um nível confortável, evitando extremos
- Aproveite a brisa e a ventilação natural sempre que possível. Mantenha portas e janelas abertas para circulação de ar fresco.
- Além de adotar lâmpadas LED, considere utilizar luzes de tons mais frios, que geram menos calor
- Certifique-se de que os sistemas de refrigeração, como geladeiras e freezers, estejam em bom estado de funcionamento
- Plante árvores ou instale toldos externos para criar sombras e proteger sua casa ou empresa do sol direto
- Realize atividades que demandam mais energia durante os horários mais frescos do dia para reduzir o esforço dos sistemas de refrigeração
- Garanta que a potência elétrica contratada atenda às necessidades reais da residência
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