BNDES financiou mais de R$ 28 milhões no Pará nos últimos dez anos

Além de apoiar negócios, o banco também é o gestor do Fundo Amazônia, retomado pelo governo federal

O Liberal
fonte

Entre 2012 e 2022, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou, no Estado do Pará, mais de R$ 28 milhões, para investimento em diversos segmentos da economia paraense. Criado ainda na década de 50, o BNDES continua a ser visto até hoje, na visão de especialistas, como o principal fomentador e financiador de projetos nas áreas de infraestrutura, energia, transporte, agricultura, indústria, entre outros. “Isso tem contribuído para a criação de empregos, a geração de renda e o crescimento econômico do Brasil”, avalia a professora do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Camila Vogt.

Segundo Vogt, o BNDES oferece uma série de programas e linhas de crédito destinados a incentivar a inovação, a competitividade e a sustentabilidade das empresas brasileiras, especialmente as pequenas e médias empresas. “Atualmente, como a região Amazônica é foco, em função da importância da questão climática para o Brasil e para o mundo, a destinação de mais verbas para investimentos subsidiados na região é uma tendência. Os empresários precisam ficar atentos aos programas e linhas de crédito e alinhar suas políticas com as questões de desenvolvimento e com a problemática ambiental, a fim de acessarem esses recursos”, orienta.

VEJA MAIS

image 'O BNDES não é um hospital de empresas', defende o presidente do órgão, Aloizio Mercadante
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social sinalizou que o BNDES não planeja uma ação direta para socorrer a varejista Americanas

image BNDES doa R$ 3,3 bilhões ao Fundo Amazônia
Presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, fez o anúncio após a reunião de reinstalação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa)

image BNDES deve privilegiar financiamento de micro e pequenos empreendedores, diz Lula
Para o presidente, é importante que seu governo e a nova gestão do Banco não tenha "medo" de emprestar dinheiro ao Estado, no que listou União, estados e municípios

Essa também é a visão do presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil - Seção Pará (ADVB-PA), Allan Rezende, para quem o BNDES é um apoio importante, sobretudo para micro e pequenas empresas, por conta das vantagens e condições diferenciadas que o banco oferece. “Com os recursos acessados por meio do banco, os empresários e empreendedores podem desenvolver o seu trabalho com mais tranquilidade, seja por meio da injeção de capital para manter suas rotinas ou para aquisição de produtos, veículos e maquinários, com condições e formas de pagamento diferenciadas. A gente sabe que hoje o acesso ao crédito é muito difícil e, quando consegue, o empreendedor ainda tem que lidar, por exemplo, com taxas de juros bem mais altas, mas o BNDES oferece condições e taxas diferenciadas, que podem sim ajudar esse empreendedor a desenvolver o seu negócio com mais fôlego, especialmente aqui na nossa região, onde a dificuldade com logística, com aquisição de insumos e para exportar, por exemplo, são muito maiores do que no resto do País”, analisa. 

BNDES também é gestor do Fundo Amazônia 

Além de fomentar negócios, o BNDES também desempenha um outro papel fundamental para a Amazônia: é o gestor do Fundo Amazônia, instrumento criado em 2008, que apoia, com recursos não reembolsáveis, ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Paralisado em 2019, no governo Jair Bolsonaro, o Fundo foi retomado agora, já com novas doações de países como Noruega e Alemanha. 

A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, falou sobre a retomada do Fundo Amazônia. Segundo ela, quando da sua criação, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2008, o fundo foi muito bem-sucedido. “O enfrentamento ao desmatamento na Amazônia foi uma prioridade nos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma. Reduzimos em mais de 80% o desmatamento na Amazônia e o Fundo foi parte desse processo, mas, hoje, é muito importante que a gente tenha a dimensão de que a situação é muito mais grave. Não só mudou a dinâmica do desmatamento, com também surgiram novos problemas, como o narcotráfico na região, o contrabando, o garimpo e o desmonte das estruturas públicas que nos apoiavam nesse processo de enfrentamento ao desmatamento e ao crime organizado na região”, lembra.

Para Campello, o desafio do governo, hoje, frente à problemática do desmatamento na Amazônia é muito maior. “Existe uma emergência climática, uma emergência ambiental e uma emergência social, onde a situação dos Yanomami é somente a parte que ganhou mais visibilidade no período mais recente, mas a crise social na região é intensa. Então, a retomada do Fundo Amazônia nesse contexto é estratégica e fundamental. Serão recursos que viabilizarão uma retomada de pronto de toda a reestruturação do comando e controle na região, a reorganização das ações da justiça, da segurança pública, e que também vão viabilizar a retomada do desenvolvimento sustentável na região”, assegura. 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA