Belém tem 565 empreendedores de lanches de rua e arrecada R$ 300 mil em três meses
Setor cresce com aumento de cadastros, capacitações e fidelidade do público. De acordo com a Sedcon, há 122 permissionários só na venda de cachorro-quente e sanduíches.
Belém contabiliza hoje 565 profissionais cadastrados para atuação com lanches de rua, segundo dados mais recentes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedcon). Somente nos primeiros três meses de 2025, a arrecadação com taxas desses empreendedores ultrapassou R$ 300 mil, resultado de um trabalho contínuo de fiscalização, atualização cadastral e incentivo à formalização. A categoria de lanches rápidos (cachorro-quente e sanduíches) reúne 122 permissionários ativos, com destaque para os bairros da Pedreira (26 cadastros) e Centro Comercial (15).
A maior concentração de profissionais está no segmento de lanches rápidos diversos (bolos, doces, refrigerantes e salgados), com 281 cadastros ativos, seguida pelas comidas típicas, com 114 licenciamentos, e pelos food trucks, com 28 registros. O setor de batata frita conta com 20 permissionários ativos e, apesar de menor, também integra o mosaico que compõe a tradição alimentar das ruas de Belém.
A Sedcon afirma que a maioria dos empreendedores atua com termo de permissão de uso regularizado, mas ainda existem casos de inadimplência e documentos vencidos. O monitoramento é feito pelo Departamento de Comércio e Publicidade em Vias Públicas (DCPV), que realiza visitas diárias em diversos pontos da cidade. A secretaria também registra aumento na procura por licenciamento, especialmente entre pessoas demitidas que veem na venda de lanches uma alternativa de renda.
Lanches de rua viram referência e atraem famosos
Entre os 122 profissionais cadastrados na categoria de lanches rápidos com sanduíches e cachorro-quente, está o Rosário Lanches, tradicional ponto da rua Arcipreste Manoel Teodoro, no bairro da Campina. O negócio, que completa 52 anos de história, foi iniciado pelo pai de Edmara Ferreira, atual gerente, e funciona há cerca de duas décadas no endereço atual, sob a marquise da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sectec).
O Rosário vende, em média, 500 lanches por noite, de terça a domingo, entre 17h30 e 0h. Os campeões de pedidos são o leitão e o cachorro-quente, preparados no pão careca com carne moída, vinagrete, repolho e cebola frita.
“A gente tenta segurar os preços mesmo com o custo dos insumos aumentando”, diz Edmara.
Os valores vão de R$ 11 a R$ 30, e a equipe conta com 14 funcionários na linha de frente e quatro na cozinha. Também são oferecidos sucos e sobremesas com frutas da estação, como muruci, taperebá e cupuaçu.
Com a chegada da pandemia, o carrinho passou a operar também no delivery, serviço que se manteve mesmo após o retorno das atividades presenciais. A clientela, segundo Edmara, inclui desde moradores do bairro até turistas indicados por outros clientes. “Já atendemos governador, artista, influencer. Muita gente que vem de fora é indicada pra cá”.
Na Praça Amazonas, 28 anos de resistência
Outro exemplo que integra os permissionários formalizados pela Prefeitura é a Oficina do Lanche, que há 28 anos funciona na praça Amazonas, no bairro do Jurunas. Gerenciada por Daniela Santos, a banca gera 27 empregos diretos e tem no cardápio uma variedade de sanduíches que combinam ingredientes regionais, como o X-Eggs Calabresa Bacon Burger, o camarão com jambu e o tradicional leitão.
Os preços variam entre R$ 30 e R$ 33, e os acompanhamentos incluem batata palha, salada completa, queijo, bacon e ovo. A casa também oferece uma linha variada de sucos frozen, com sabores como bacuri, graviola, cupuaçu e detox.
“Tem dia que a gente usa mais de 400 pães. Graças a Deus temos muitos clientes fiéis”, relata Daniela.
O reajuste nos preços acontece apenas uma vez por ano, e a maior parte das vendas é feita ali mesmo, na praça, apesar de uma unidade voltada exclusivamente ao delivery.
“O pessoal gosta de ar livre. Fica aqui com a família, conversa, é um ambiente nosso mesmo, de Belém”, comenta Daniela. A gerente também fala, com carinho, do apoio que a proprietária da banca, dona Thelma, prestou aos colaboradores durante os tempos difíceis da pandemia. “Ela não deixou ninguém para trás naquela época. Sempre disse que não abandonaria a equipe, e cumpriu”.
📊 Lanches de rua em Belém: os números do setor
👥 TOTAL DE PERMISSIONÁRIOS ATIVOS CADASTRADOS
565 profissionais
📍 DISTRIBUIÇÃO POR CATEGORIA
Lanches rápidos (bolos, doces, refrigerantes e salgados):
📌 281 permissionários
📍 61 atuam no Centro Comercial
Lanches rápidos (cachorro-quente e sanduíches):
📌 122 permissionários
📍 26 na Pedreira | 15 no Centro Comercial
Comidas típicas:
📌 114 licenciamentos
📍 67 no Centro Comercial
Food trucks:
📌 28 registros
📍 5 no Jurunas (Portal da Amazônia)
📍 3 na praça Amazonas
📍 3 na avenida Tavares Bastos
Batata frita
📌 20 permissionários ativos
📍 4 na Pedreira | 3 na Sacramenta
💰 ARRECADAÇÃO 2025 (jan-mar)
R$ 300 mil
Em taxas pagas por permissionários regularizados
📌 BAIRROS COM MAIOR CONCENTRAÇÃO DE LANCHES DE RUA
Nazaré, Pedreira e Centro Comercial.
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