Belém é a 11ª capital do país com mais bares por habitante
São 1.251 estabelecimentos. Porém, SHRBS estima que número possa ser maior, devido informalidade
Belém é a 11ª capital do Brasil com mais bares por habitante. Um levantamento feito pela Associação de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que a cidade possui 1.251 estabelecimentos para uma população de 1.303.389 milhões de pessoas, ou seja, são 95,9 negócios a cada 100 mil pessoas. Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, lidera o ranking, com 178,6 bares.
Entretanto, os números de Belém podem ser maiores. Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Pará (SHRBS), afirma que muitos estabelecimentos passaram a atuar na informalidade, movimento que teve crescimento durante a pandemia da covid-19. “Antes da pandemia, tivemos muitos bares abrindo. Com ela, muitas empresas fecharam, não tinham condições de se manter”.
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“Ficaram fechados por praticamente dez meses. As casas noturnas passaram mais de ano sem atividade e muitos não tiveram como manter os custos de aluguel, funcionários... Assim, passaram para a informalidade. A pessoa tem uma garagem e outros materiais que sobraram do bar antigo, vão e montam um para os amigos. Evitam gastos com aluguel e a família ainda ajuda. Vemos muito isso pós pandemia”, acrescenta Fernando.
Essa tendência foi observada pelo sindicato nas áreas que ficam aos arredores de Belém, como o bairro da Cidade Nova, Icoaraci e Guanabara. “A pandemia modificou muitos comportamentos. Houve o fechamento de muita coisa formal, principalmente no entorno da cidade, abrindo bares na informalidade. No centro, muitos fecharam e não reabriram”, frisa Soares.
“Com esse crescimento da informalidade, agora que estamos vendo um movimento contrário, vemos a abertura de novas empresas. Isso é bom, porque há uma diversidade do meio de diversão para o consumidor. O cenário está voltando a ser como era antes. Todos estão tentando mitigar os danos financeiros que a covid-19 trouxe, mas a mitigação demora um tempo”, completa o assessor.
O SHRBS também analisa que esse crescimento está relacionado com o tipo de cidade que Belém é, sem praias ou rios, como acontece em Belo Horizonte, capital líder no número de bares. “Então, a diversão é isso. Cidades que não tem praia ou rios têm uma tendência grande para esse tipo de coisa. Vemos, ainda, dois perfis de bares, os que as pessoas se reúnem de dia para beber, jogar um jogo, e os que os mais jovens vão, à noite”, finaliza.
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