Batedores de açaí cobram fiscalização do peso dos paneiros nas feiras de Belém
Categorias tentam entrar em acordo para a melhoria do comércio local

Na noite desta sexta-feira (14), os batedores de açaí estiveram organizados com barqueiros e agentes da Secretaria Municipal de Economia (Secon) para discutir a fiscalização do produto. A categoria alega que está sendo prejudicada financeiramente por uma adulteração do peso dos paneiros, que naturalmente alcançam valores mais elevados nesse período, devido à entressafra. Do outro lado, barqueiros não negam a situação, mas se unem na cobrança por mais fiscalização nas feiras de Belém e nas ilhas, onde o fruto é recolhido diretamente com os ribeirinhos.
Os batedores explicam que principalmente no período da entressafra, alguns barqueiros aproveitam para reduzir o volume do produto nos paneiros a fim de obter mais lucro comercializando mais paneiros, porém, com menos quantidade. A categoria esclarece que exige a validade de leis e decretos municipais que já dispõem sobre o ordenamento das feiras em Belém.
A responsabilidade da fiscalização é da Secretaria Municipal de Economia (Secon), que deslocou alguns agentes para a reunião de hoje. A reportagem de O Liberal solicitou o posicionamento da Secretaria, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta. O espaço permanece aberto para manifestações sobre o tema.
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Um dos líderes do movimento dos batedores, Jhoy Rochinha Júnior explica que embora essa medição já existisse de maneira improvisada entre barqueiros e batedores, é necessário obedecer leis de pesos e medidas. Ele menciona que a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) já possui portarias nesse sentido e que os barqueiros já realizam a venda com a medição para empresas. O impacto desse processo é uma redução nos lucros das vendas, já que esses autônomos pagam mais caro por menos produto.
“Comprei 24 latas e só veio 20, eu perdi 4 latas a R$ 150, um prejuízo muito grande que eu tenho que passar para o consumidor no preço do litro”, explica.
Outro lado
O barqueiro Mauricio Tavares explica que não se opõe à aferição dos paneiros, mas, enfatiza que, para o processo ser justo, deve ser aplicado a todos. Isso porque, segundo ele, se apenas parte deles for submetida à fiscalização, ainda vai haver desvantagem entre os atravessadores, considerando que os aqueles que fizerem o capamento, nome dado ao processo de retirar parte do volume nos paneiros, ainda terão um lucro maior.
Tavares também explica que essa fiscalização deve alcançar todas as feiras para funcionar, além de também olhar para as ilhas, de onde o fruto é retirado. “O açaí está vindo mal medido desde a beira, não é o barqueiro, é da beira mesmo”, afirma. Ele se refere à coleta do fruto na beira das ilhas, quando o contato é feito diretamente com os extrativistas, onde também existe a necessidade da medição e também de quem a faça.
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