Aumentos em itens essenciais impactam orçamento das famílias paraenses

A combinação de vários reajustes, incluindo energia elétrica e alimentação, está pressionando ainda mais as despesas.

Amanda Engelke
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Os aumentos nos preços de itens essenciais têm gerado preocupações entre as famílias paraenses, que agora enfrentam um cenário de custos mais elevados para manter seus orçamentos equilibrados. A combinação de vários reajustes, incluindo energia elétrica, alimentos básicos e gás e gás de cozinha, está pressionando ainda mais as despesas domésticas.

Na última semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a ativação da bandeira tarifária amarela, acarretando um acréscimo de R$1,88 a cada 100 kWh consumidos no mês de julho. Além disso, a população paraense aguarda o Reajuste Tarifário Anual da Equatorial Pará, programado para o dia 7 de agosto, o que deve resultar em novos aumentos nas contas de energia.

Luana Gomes, 25, que trabalha como secretária, diz que a conta de energia elétrica é um dos itens que mais pesam no orçamento da família. “Eu passo boa parte do dia no trabalho, mas meus pais ficam em casa quase o dia todo. Tem televisão, ventilador, geladeira e à noite dormimos no ar (condicionado), o que consome bastante, então esse aumento da luz vai pesar muito no nosso orçamento”.

Além disso, Luana diz estar bastante preocupada com o aumento no preço do litro da gasolina. Esta semana, a gasolina teve um acréscimo de 7,12% para as distribuidoras, enquanto o gás de cozinha subiu 9%. Nesta terça-feira (10), o litro da gasolina o litro gasolina nos postos de Belém ultrapassava os R$ 6,10, intensificando ainda mais a pressão sobre os orçamentos familiares.

“A alimentação já contando com o gás de cozinha é o nosso maior gasto, junto com a energia, mas esse aumento da gasolina tem um impacto enorme porque moramos na Cidade Nova (Ananindeua) e com frequência precisamos ir ao centro de Belém. A gente precisa considerar que é distante e sempre tem trânsito, então é outro gasto que vai pesar bastante para nós”, avalia Luana.

Alimentação tem impacto direto no orçamento

Quanto à alimentação, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA), aponta que os preços dos alimentos básicos em Belém subiram 7,77% no primeiro semestre de 2024, comparado a uma inflação geral de 2,50% no mesmo período. Itens como arroz (24,15% de aumento), leite (21,31%) e café (17,70%) foram especialmente afetados.

Everson Costa, do Dieese/PA, analisa que o aumento nos preços dos alimentos tem impacto direto no orçamento das famílias. "Estamos enfrentando um cenário onde itens essenciais como arroz, leite e café tiveram aumentos significativos. No primeiro semestre de 2024, os alimentos básicos em Belém registraram um aumento muito acima da inflação geral de 2,50% no mesmo período", explica.

De forma geral, ele aponta que, neste primeiro, os aumentos enfrentaram uma inflação moderada de cerca de 3% a 3,5% ao mês, mas ele prevê que no segundo semestre essa taxa possa subir para 4% a 4,5%, devido a aumentos previstos, como na energia elétrica e nos planos de saúde, além do aumento contínuo nos preços dos alimentos e medicamentos.

Planejamento e ajustes no orçamento

Para Everson, "os reajustes acima da inflação, como no caso da alimentação - que compromete mais da metade do salário mínimo dos paraenses -, tornam o cenário ainda mais desafiador”. Ele aconselha a adoção de “um planejamento cuidadoso pode ajudar as famílias a ajustarem seus orçamentos e enfrentarem os impactos dessas elevações de preços".

É o que tem tentado Roberta Cunha, 31. A auxiliar de escritório, que foi recém contratada, também diz que seu maior gasto é com a alimentação. Na casa, além de Roberta, moram mais quatro pessoas. Destes, três são seus filhos. “É com certeza nosso maior gasto, mas a gente vai tentando economizar, escolhendo as marcas mais baratas, cortando o que dá no supermercado”, conta.

Apesar da estratégia, ela se preocupa com o futuro. “Passei bastante tempo fazendo ‘bico’ e tô graças a Deus empregada agora, o que já é uma fonte de renda certa no final do mês. Mas a realidade é que as coisas estão sempre mais caras, tem uma hora que não tem o que cortar, não tem como se planejar com o que já é pouco, contado”, opina.

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