Aproximação da safra de morangos gera expectativas de vendas alavancadas em Belém
Bandeja de 250g da fruta está custando entre R$ 15 e R$ 20 e pode chegar a R$ 5 a partir de setembro
A procura por morangos tem aumentado no Pará. Comerciantes afirmam que cada vez mais o movimento em busca da fruta tem crescido, seja para o consumo in natura, seja para fins industriais, com a produção de sucos e doces. Porém, fora da safra, a bandeja de 250 gramas custa entre R$ 15 e R$ 25, valores que têm afastado os consumidores. A expectativa, então, é que no mês de setembro, em que as ofertas aumentam, as vendas sejam alavancadas pelos preços mais acessíveis.
Nildo Moreira tem 45 anos e, há 22, trabalha na feira da Pedreira com a comercialização de frutas. Nesta segunda-feira (14), apenas seis bandejas, de um total de oito levadas para venda, restavam. Isso porque o autônomo diminui a quantidade de morangos disponíveis para evitar descarte, uma vez que, dado o período e, consequentemente, os preços, a procura não tem sido muito frequente. “O morango está um pouco caro. Às vezes, a gente compra a caixa [com quatro bandejas] de R$ 40, R$ 50 e até R$ 60”, diz.
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Os estados do Sul e Sudeste, como Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, são os maiores produtores de morango do Brasil, o que reflete nos custos de obtenção e dificuldades de armazenação no Norte do país. “Como no dia de hoje a procura é bem pouca, trazemos um pouco menos por causa da quentura. É muito quente aqui, menos ventilado, e esse produto é apropriado para ficar em uma área bem refrigerada. No frio, ele mantém mais. No quente, não tem muita durabilidade”, conta Nildo.
“Hoje estamos vendendo por R$ 15 no mercado, mas na safra, a bandeja chega a R$ 5, R$ 8 ou R$ 10. Quando tem bastante, a gente traz de dez a quinze caixas [cada uma com quatro bandejas] para vender durante o final de semana, que tem uma saída melhor. Se você tem preço, tem mercadoria, tem mais saída. A gente consegue ter um preço mais em conta quando começa a safra e, então, vamos em vários fornecedores e pegamos o que custa mais em conta para o cliente”, finaliza o feirante.
Vendas crescem durante finais de semana
A estratégia também é usada por Andréa Lima, de 45 anos. Desde 2017 trabalhando com a venda de frutas, ela nota que a maior procura por morangos é durante os finais de semana. “Esse passado deu uma boa procura, apesar de que estava muito caro. Ainda assim, vendemos bastante. Mas no meio da semana já está mais fraco. Porém, está tendo uma procura bem maior de morango mesmo, principalmente do começo do mês para cá. Estamos comprando a caixa por R$ 50 e vendendo por R$ 20 ou R$ 15”, conta.
Um desconto é dado para o cliente se ele comprar mais de uma bandeja. “Quando chega na safra, a gente consegue comprar a caixa de morango com quatro bandejas por até R$ 30. Então, dá pra vender bem em conta. Ainda não chegou esse preço pra gente. Estamos esperando chegar mais, pra baixar um pouco mais e poder passar um preço mais em conta para quem quiser comprar. Quando começa setembro, trazemos umas dez caixas por dia e o valor vai para R$ 10… R$ 15 e sai bastante venda”, completa Andréa.
Empreendedora sente que preços ficam mais elevados em datas festivas
A variedade de doces que levam morango na receita que a confeitaria da empresária Roseane Patrício, de 47 anos, produz diariamente exige pesquisa por preços aliados à qualidade. São bombons, bolos e recheios que consomem, em média, quatro bandejas da fruta por dia. “No início de maio fica bastante caro, mas em datas festivas, como círio, dia das mães e pais, eles aumentam. Em média, conseguimos comprar essas bandejinhas entre R$ 10 e R$ 15, mas em datas de festa, chega a R$ 20 e R$ 25”, explica.
Roseane não passa os valores para os clientes e procura manter constância nos preços cobrados, tanto que a última atualização no cardápio foi em janeiro. “Não tem como ficar alterando o tempo todo e é um dos recheios favoritos da loja: morango com ninho, morango com chocolate belga, brigadeiro branco… E, geralmente, é difícil encontrar os produtos dia de segunda. Normalmente, compramos de uma venda na Doca ou de um carro que fica na avenida Alcindo Cacela. É mais caro, mas a qualidade é melhor”, finaliza a empresária.
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