Alimentos básicos ficaram mais caros em Belém este ano
Apenas o tomate teve reajuste de 16% em novembro
Diversos produtos da alimentação básica dos belenenses têm ficado mais caros. Um deles é o tomate, que teve alta de 16,62% de outubro para novembro nas feiras e supermercados da capital, segundo um levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O preço registrado pelo órgão dois meses atrás foi de R$ 6,5 o quilo, que passou para R$ 7,58 em novembro.
No acumulado do ano, entre janeiro e novembro, o cenário também foi de alta; no início do ano, o preço do quilo do tomate era de R$ 6,42, portanto, o reajuste foi de 15,9%. Já no comparativo com o mesmo mês do ano passado, o Dieese aponta que houve um aumento de 26,54% no preço do tomate – naquele mês, cada quilo custava uma média de R$ 5,99. Como, na cesta básica, a previsão de consumo mensal do fruto por trabalhador no Pará é de 12 quilos, o gasto total no mês passado atingiu R$ 90,96, com um impacto em relação ao salário mínimo atual de 8,94%.
A entidade também divulgou os preços do arroz. O alimento teve queda de 1,17% no preço em novembro, em comparação com outubro, variando da média de R$ 5,14 para R$ 5,08, nos supermercados de Belém. Tanto na análise do ano como dos últimos doze meses, o contrário foi observado. Respectivamente, houve alta de 3,04% e de 3,46%. Em novembro de 2020, o quilo do arroz custava uma média de R$ 4,91 e no início do ano o preço era de R$ 5,02 por quilo. O gasto médio mensal era de R$ 18,29 por trabalhador no mês passado, já que cada pessoa consome cerca de 3,6 quilos de arroz por mês.
Em um dos grandes supermercados de Belém, a alta de preço do tomate foi notada. O gerente do setor, Wanderley Nascimento, diz que o fruto tem ficado mais caro recentemente, e que este mês de dezembro teve altas e baixas. O preço no estabelecimento é de R$ 8,5 por quilo. “Acho que entra nessa questão o nosso fornecedor, que está repassando o preço do quilo em alta. O tempo e clima atrapalham a produção e colheita do alimento”, explica.
Já o arroz ficou mais barato e é possível encontrar muita variedade dentro do setor no supermercado, segundo Wanderleu. “Hoje o preço está bem em conta em relação aos períodos anteriores, variando entre os mais baratos e mais caros, dependendo da marca do produto pode ir de R$ 2,94 até R$ 5,58”, afirma.
A costureira Priscila dos Santos Oliveira, de 37 anos, conta que tem observado os reajustes nos preços desses dois produtos, em especial o tomate. Ambos os alimentos fazem parte da sua rotina de compras, mas, desde o início de 2021, a trabalhadora tem sentido a mudança no bolso. “Tive que aumentar o orçamento para comprar a mesma quantidade”, comenta.
Da mesma forma, a trabalhadora do lar Márcia Santos, de 42 anos, também notou as altas de preços. Nesta segunda-feira (27) ela foi às compras e se assustou ao ver o valor do quilo do tomate. “Aumentou muito. Eu cheguei a comprar tomate a R$ 3,99 e hoje compro a R$ 8,95 o quilo. Desde setembro tenho notado que os preços vêm subindo. Passei a economizar. Antes eu usava de dois a três tomates por dia, e atualmente eu estou usando menos tomate na comida. E onde a gente corre está alto”, relata. Para as duas consumidoras, uma das soluções, além da economia, foi procurar estabelecimentos mais em conta para fazer as compras do mês.
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