Paraense Luciano Maia estreia exposição 'O Boto' em São Paulo, explorando mitos e migração
Natural de Santarém, artista compartilha, em suas obras, a experiência de transitar entre diferentes territórios

Neste sábado (15), o artista paraense Luciano Maia estreia a exposição "O Boto" às 15h, o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ), localizado na Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. A mostra, assinada junto com Rafael Paiva, propõe uma reflexão sobre cultura, memória e migração a partir de narrativas folclóricas. Com curadoria de Gabriel Babolim, a exposição reúne pinturas e fotografias inspiradas nas vivências e trajetórias dos artistas.
Luciano, natural de Santarém, no Pará, e Rafael, do Ceará, atualmente residem em São Paulo e compartilham a experiência de transitar entre diferentes territórios e tradições. "O Boto" se baseia na figura mitológica do boto-cor-de-rosa, que permeia as histórias populares das comunidades ribeirinhas do baixo Amazonas e das regiões do Ceará. A partir dessas referências, os artistas constroem um imaginário visual.
"Nas minhas obras, as minhas referências de memória vêm nas cores, nas roupas que aparecem nas pinturas, nos barcos, nos rios. Além da mitologia em si, que faz parte principalmente nas cidades mais próximas ao rio, como Santarém ou até mesmo Belém", disse Luciano em entrevista ao O Liberal.
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Na abertura da exposição, os visitantes poderão participar de uma visita guiada com os artistas e o curador Gabriel Babolim, a partir das 15h. Em seguida, às 17h, haverá uma apresentação musical de Marquinhos Ribeiro. A instalação expositiva foi planejada para proporcionar uma experiência imersiva ao público, com biombos que conduzem o olhar pelos trabalhos e uma grande instalação de pinturas em tecido, onde as cenas retratadas se desdobram em camadas narrativas.
"Os visitantes podem esperar muita cor, muita brasilidade e muita imagem para que eles possam trazer para a sua própria vida, mesmo que seja aqui no Sudeste", contou o paraense.
Luciano Maia iniciou sua trajetória artística em 2020, destacando-se por suas ilustrações e pesquisas em desenho, pintura e arte têxtil. Em 2024, realizou sua primeira exposição individual no Paço das Artes e participou de mostras coletivas no Brasil e no exterior. Atualmente, exibe obras na coletiva "Magic Echoes: Brazil Diasporas' Vibrant Encounters with Ancestrality", na M+B Gallery, em Los Angeles.
"Santarém é o ponto de partida de qualquer desenho que eu faço antes de pintar ou de qualquer pesquisa que eu tenha feito até então", explicou o artista. "Eu acredito que o público de São Paulo pode se identificar em algum lugar [com a exposição]. O encantamento, as problemáticas que a história do traz ou até a natureza, são pautas que abraçam qualquer pessoa do Brasil. Isso tudo faz parte da nossa história, independente da região que a gente esteja", concluiu.
A exposição "O Boto" foi contemplada pela 21ª edição do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, que apoia projetos voltados para a formação cidadã e o acesso à cultura nas regiões periféricas da cidade.
Serviço
Exposição "O Boto"
Local: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ) - Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha, São Paulo
Abertura: 15 de março, às 15h
Visitação: de terça a sábado, das 10h às 21h, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h
Entrada gratuita
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