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'Gostava mais dos pais': Lucio Mauro Filho e Bruno Mazzeo mostram a ventura de ser filhos de famosos

Humoristas, filhos dos saudosos Lucio Mauro e Chico Anysio, apresentam essa comédia no Theatro da Paz a partir desta sexta (14) até domingo (16), em um momento repleto de significados para Bruno e Lucio e o público que gosta do trabalho dos pais e dos filhos

Eduardo Rocha
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Ter o seu lugar ao Sol em um mundo com transformações sucessivas, ambiental e socialmente falando, não é tarefa fácil para ninguém. Ainda mais quando se tem uma certa idade e se é, por exemplo, filhos de pais famosos, o que costuma gerar comparações entre o trabalho dessa gerações. Pois bem, Lucio Mauro Filho e Bruno Mazzeo, atores e humoristas de primeira linha e respectivamente filhos dos saudosos Lucio Mauro, um paraense (1927 – 2019) e Chico Anysio, um cearense (1931 – 2012), toparam o desafio de construir suas carreiras em meio a essas comparações. Esse assunto e outros tópicos relacionados à passagem do tempo e individualidades, é o que Lucio e Bruno mostram ao público de Belém, de sexta-feira (14) a domingo (16), no Theatro da Paz, a comédia "Gostava mais dos pais". 

O título já sugere algo para se pensar, até porque não é só com filhos de famosos que a comparação ocorre, e a reação de cada pessoa (filho ou filha) diz muito de como se entende a caminhada na vida. No caso de "Gostava mais dos pais", é proposta uma reflexão bem humorada sobre a adaptação à era digital e a preservação da identidade diante da pressão da herança paterna. E não à toa, o espetáculo tem atraído um excelente público ao ser apresentado - são mais de 70 mil expectadores em São Paulo, Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro e Fortaleza (CE).

A identidade de Bruno Mazzeo e Lucio Mauro filho, é bom que se diga, tem sido preservada nos teatros lotados, inclusive, pelo fato de que os dois rebentos de dois ícones da comédia celebram a amizade de longa data e as dores e delícias de sucederem a nada mais nada menos que Chico Anysio, um dos maiores nomes senão o maior nome do humor brasileiro, criador de diversos personagens interpretados por ele mesmo, sendo uma referência para gerações de humoristas, e Lucio Mauro, um amigo dileto de Chico e um talento que exalava nos programas com Anysio, em especial, como o inesquecível Aldemar Vigário da "Escolinha do Professor Raimundo". 

Lucio Mauro (Lucio de Barros Barbalho) é considerado um dos pioneiros da televisão no Brasil. Ele atuou na TV Rio, TV Tupi, TV Excelsior e TV Globo. Notabilizou-se interpretando os personagens Fernandinho e  Zé das Mulheres no programa "Balança mas Não Cai" e, posteriormente, no "Zorra Total". Com Chico Anysio, imortalizou o diretor Da Julia no "Chico Anysio Show".

Assim como os amigos Chico e Lucio Mauro, Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho têm carreiras de destaque nas artes cênicas. Filho da atriz Alcione Mazzeo, Bruno, 47 anos, atua como roteirista, ator e humorista. Ele tem mais de 30 anos de carreira e participou das equipes de redação de programas de humor de sucesso na TV Brasileira, como "Sai de Baixo", "A Diarista" e "Escolinha do Professor Raimundo", entre outros, além de trabalhos como humorista e ator.

Já Lucio Mauro Filho, 50 anos, atua como ator, comediante, roteirista, diretor, dublador e músico brasileiro. Ele pode ser visto tocando guitarra no "Caldeirão com Mion". Lucio imortalizou o personagem "Tuco" de "A Grande Família", entre outros papéis na TV brasileira, em uma carreira iniciada em 1993.

Personagens

“Esse espetáculo é, antes de tudo, a celebração da grande amizade que nossos pais passaram para nós. Nossas trajetórias se entrelaçaram por conta própria, repetindo uma feliz parceria deles, mas do nosso jeito, no nosso tempo”, resume Lucio. “Na peça nós os usamos para falar sobre a passagem do tempo e a tentativa de entender o nosso lugar nesse mundo novo”, completa Bruno.

Ainda antes da pandemia da Covid-19, quando estavam em turnê com “5x Comédia”, espetáculo que rodou o país de 2017 a 2019 e lotou as sessões de Belém, no Theatro da Paz, foi que começou a nascer o projeto. Assim, Debora Lamm foi convidada para
assinar a direção, e Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão respondem pelo texto, escrito a partir de questionamentos levantados pela dupla de protagonistas.

Os atores interpretam cerca de dez personagens e várias versões de si mesmos numa série de esquetes que entrecruzam as suas histórias de vida com temas contemporâneos, como as barreiras impostas ao humor e a dificuldade de encontrar os seus lugares na era digital, a cultura do cancelamento, a instantaneidade das viralizações e as fake news.

Nessa trilha de raciocínio, Lucio Mauro Filho pondera: “Uma das finalidades do humor é fazer as pessoas olharem para coisas que estão acontecendo na sociedade sob outra perspectiva. E a nossa peça faz uma reflexão sobre a linha tênue que define os limites da comédia e da nossa responsabilidade de estar em sintonia com o nosso tempo. O humor também envelhece”.

Já Debora Lamm observa que “rir de si mesmo é humor esperto". "Numa mistura de autoficção e variados personagens, os meninos fazem um divertido panorama de suas próprias trajetórias, abraçam a crise da maturidade em meio ao declínio do patriarcado e, simultaneamente, emocionam ao falarem da importância da amizade e parceria que perpassam os anos”, pontua.

Os atores brincam também com o peso do legado dos pais – e as inevitáveis comparações com eles –, a dificuldade de entenderem seus lugares no mundo moderno e o esforço para se manterem relevantes na faixa da meia-idade.

“É uma reflexão também sobre o desejo de não remar contra a maré e ao mesmo tempo entender os novos tempos. Ou seja, nós não somos youtubers, nós não sabemos fazer um TikTok. Então, o que a gente faz? Será que ainda vai ter espaço para o que a gente sabe fazer”, questiona Bruno. “Enxergar o novo é a chave. E também
buscar um equilíbrio entre a bagagem que acumulamos e podemos oferecer aos projetos, sempre mantendo as portas abertas para as novidades”, complementa Lucio.

A 'herança' de ser filho de pais famosos permeia a trama do espetáculo, como uma cena que brinca com o aposto “filho do Chico Anysio”, frequentemente associado a Bruno em entrevistas na TV, enquanto o minimalista e sofisticado cenário concebido por Daniela Thomas exibe uma sequência de imagens de arquivo que ilustram o episódio. Lucio, por sua vez, diverte-se com o fato de que não consegue escapar de seu próprio sobrenome. O ponto de partida dos questionamentos da dupla é um sobre a postagem ou não de uma dancinha deles no TikTok e o que se desencadeia depois são recortes de pontos de vistas afiados que provocam risadas e reflexões.


 Serviço:

'Gostava mais dos pais'
 Com Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho
 No Theatro da Paz, na avenida da Paz, Praça da República, S/N -    Campina, Belém

 Sexta (14), sábado (15) e domingo (16)
 No dia 14, às 20h
 No dia 15, às 16h e às 20h
 No dia 16, às 18h

 Ingressos:
 Inteira R$ 160,00
 Cliente Cartão de Crédito Ourocard 20% de desconto R$128,00
 Meia Estudante R$ 80,00
 Cliente Cartão de Crédito Ourocard 20% de desconto R$ 64,00
 Meia Sênior/Aposentado R$ 80,00
 Meia Professor da Rede Pública R$ 80,00
 Meia PNE/Acompanhante R$ 80,00
 Preço especial Inteira R$39,60 (inteira) e R$19,80 (meia)

 Ingressos:
 Na bilheteria do Theatro e
 Site: www.ticketfacil.com.br

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