A pintura como refúgio e terapia
Elizabeth, mais conhecida como Eli, encontrou na pintura uma forma de relaxamento e terapia
Existe arte em todo lugar. E existem pessoas que fazem arte também. Algumas de forma profissional. Outras, por hobby. Elizabeth Oliveira Ribeiro,68, é uma dessas pessoas. Como gosta de pintura foi em busca de conhecimento sobre essa arte. A partir deste domingo e em outros, vamos mostrar pessoas comuns que se destacam em determinadas modalidades artísticas para a série "Minha arte".
E quem inaugura a série é a Elizabeth, mais conhecida como Eli, que encontrou na pintura uma forma de relaxamento e terapia. Tudo começou na década de 70, quando Eli casou e foi morar em outro estado. Longe da família ela se aproximou do artesanato como forma de refúgio. Pois ela sempre teve como exemplo as práticas artísticas da mãe, que fazia crochê e entre outras formas de costura.
"Minha mãe é uma mulher muito exigente, sempre foi. E quando eu tentava fazer os trabalhos manuais que ela fazia ela sempre falava: 'você é muito labuá". Até hoje não sei o que significa isso", disse Eli. Labuá é uma expressão popular característica da região nordeste do Brasil que significa uma pessoa inepta, sem habilidade ou capacidade.
Voltando à década de 70, nesse momento da vida Eli resolveu iniciar trabalhos manuais como forma de amenizar a saudade da família, pois seu marido saía para trabalhar e Eli se sozinha. "Comecei a buscar conhecimento na prática de crochê, depois passei para pintura em tecido até chegar na pintura em tela. Todo esse processo foi muito importante para mim", destacou a artista.
E a partir disso começou sua paixão pelos trabalhos manuais. Tudo que Eli produz é para presentear familiares e amigos, pois ela diz que dinheiro nenhum paga a dedicação e o amor que são colocados para suas produções. "Tudo que faço é para presentear, pois não consigo colocar preços nas peças que faço", completa Eli.
Em meio a pandemia, Eli se debruçou com maior intensidade na pintura em tela, pois era a forma que ela encontrava para tranquilizar-se e amenizar o medo. "Eu fiquei muito abalada com a pandemia. Senti muito medo. Foram momentos muito ruins e a única forma de me tranquilizar era na pintura. Passei muitas madrugadas sozinha pintando", recorda a pintora.
Quem conhece Eli de forma mais íntima sabe que a sala de sua residência é a própria galeria de arte. Lá é o local onde ela vai colecionando as próprias obras. Nas telas, uma característica comum: ou ela retrata uma casa rodeada por uma paisagem ou imagens de flores e plantas. Essa referência da casa é forte na vida de Eli por remeter a sua infância no município de Nova Timboteua, nordeste do estado.
"Essas casinhas estão sempre presente nas minhas obras, pois retratam fortes lembranças da minha infância. Época em que eu morava no interior. A casa que mais eu tenho vontade de pintar é a casa do meu avô, mas até hoje não consegui fazer. Já estraguei algumas telas.
O aperfeiçoamento em pintura em tela, Eli buscou com os ensinamentos do mestre Lomont Filho, que é escritor, pintor, músico e professor de arte. Ele tem um ateliê/ escola na própria residência, localizada atrás do Bosque Rodrigues Alves. Os cursos que ele proporciona têm um propósito terapêutico.
Além do professor Lomont, conheça outros locais onde disponibilizam cursos de pintura.
Fundação Cultural do Pará
Sala de desenho, pintura, gravura e serigrafia
(91) 3323-0048
Curro Velho
R. Prof. Nelson Ribeiro, 287 - Telégrafo, Belém
Casa das Artes
R. Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236 - Nazaré, Belém - PA, 66035-140
Telefone: (91) 3323-0350
Lomont Filho
91- 981397525
Trv. Alferes Costa, 2765.
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