O.J.C. MORAIS

OCÉLIO DE JESÚS C. MORAIS

PhD em Direitos Humanos e Democracia pelo IGC da Faculdade de Direito Coimbra; Doutor em Direito Social (PUC/SP) e Mestre em Direito Constitucional (UFPA); Idealizador-fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (Cad. 01); Acadêmico perpétuo da Academia Paraense de Letras (Cad. 08), da Academia Paraense de Letras Jurídicas (Cad. 18) e da Academia Paranaense de Jornalismo (Cad. 29) e escritor amazônida. Contato com o escritor pelo Instagram: @oceliojcmorais.escritor

O fim último da ética espiritual das metáforas de Jesus é a felicidade

Océlio de Morais

Tem dias que a gente quer saber  o que os outros pensam e  o que andam dizendo a nosso respeito. É como se quiséssemos melhorar a autoestima ou rever conceitos ou condutas.  

Nisso entra o conceito ético que  terceiros podem formular a  nosso respeito. Com  Jesus  também foi assim – mas não para rever conceitos ou conduta, pois fora, Ele,  a suma perfeição espiritual que  condição humana poderia experimentar –  quando perguntou aos seus discípulos, conforme o relato de Mateus, 16:13–15:

→ “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”, eles mencionaram as conclusões comuns de seus contemporâneos. O Salvador então personalizou a pergunta, dizendo: “Quem dizeis vós que eu sou?” Sem hesitação, Pedro disse: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.

Nesta breve pensata, quero destacar a ideia da ética espiritual nas metáforas de Jesus, aquelas que apontam às suas autodenominações e o que podem ou querem nos dizer enquanto aprendizes da maravilhosa experiência da vida com todas as espécies de desafios que, em busca da felicidade, estão colocadas pelo caminho com suas antíteses permanentes  entre a alegria e a tristeza, o amor e o ódio, as vitórias e as derrota, a saúde e as doenças…

Precisamente porque cada indivíduo é tudo isso e muito mais (em virtudes e desvirtudes) como aprendiz do tempo, as metáforas de Jesus apontam ideias, caminhos ou princípios  éticos seguros para a compreensão do papel que cada qual vai desempenhar durante a vida corpórea. 

Quando  Jesus pergunta “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”, não é que não soubesse quem Ele era. Mas, a ideia ética daquela pergunta, assim posso interpretar, era saber exatamente se as pessoas (e os próprios discípulos)  tinham ou não a dimensão espiritual de quem e com quem estavam lidando. 

Jesus tinha um conceito de si próprio e descrevia-se através de metáforas, uma linguagem bem simbólica para que a sua natureza espiritual fosse melhor e mais facilmente  compreendida. 

Por um  conjunto simétrico de sete metáforas – sete é o número da Criação e sete são as trombetas apocalípticas que são tocadas por sete anjos ao Juízo final (Apocalipse, 8:1-11)  –  o próprio Jesus fez a sua autodefinição. Vejamos:

 

  1. “Eu sou a porta estreita; quem entra por mim será salvo.   Eu sou a porta das ovelhas.  (João 10:9-18);
  2. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, Assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas  (João, 10?14)
  3. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6);
  4. Então Jesus declarou: "Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. (João, 6:35).
  5. Falando novamente ao povo, Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". (João, 8:12); 
  6. Eu sou a videira verdadeira (João, 15:1,5).
  7. Eu sou a ressurreição e a vida (João, 11:25).

 

Não imagine – como poderia pensar o materialista ateísta – que Jesus tenha sido um personalista egocêntrico, vaidoso e centralizador das ideias.  

“Eu sou” – verbo Ser  no presente do indicativo – traduz o  próprio “Verbo Divino”, porque “no princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1: 1-18).

Inquietantes, as metáforas de Jesus  – quando bem refletidas e quando levadas bem a sério – colocam qualquer um  numa  espécie de tribunal dos réus da própria consciência ética. 

Primeiro, porque elas desafiam o princípio ético da existência humana:  se a felicidade é a finalidade ética da vida humana e se  temos um tempo certo para encontrar os caminhos que levam à felicidade, sobrevém a pergunta inquietante: como  nossas escolhas (éticas ou anéticas) estão influenciando nesse processo?

Segundo, porque – se a ética das metáforas espirituais de Jesus apontam com segurança  que a vida humana não se resume à existência corpórea –  isso nos coloca diante da permanente questão: como encaramos e aceitamos as metáforas espirituais de Jesus?

O princípio  da existência humana é, desse modo, definido pelas metáforas  por uma ética Divina, que é a ética espiritual pela qual cada indivíduo precisa estabelecer a relação existencial com Deus.

E por quê? Porque as metáforas espirituais dizem claramente que Jesus é a própria Ética Espiritual – o Caminho Ético (a Luz Ética ou a Luz Espiritual)  que  conduz a vida humana à porta da verdade eterna, que é o Criador e ao qual ninguém chega a não ser através Dele (”Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”). 

Por tudo isso e por  infinitamente mais, as metáforas de Jesus apontam que Ele é o princípio espiritual certo que exorta à compreensão de que a existência corpórea é apenas uma espécie de contrato de estágio  para  um período de experiência, mas suficiente para compreendermos que o fim último da ética espiritual das suas metáforas é a nossa felicidade, desde que o seu exemplo de vida (virtuoso e dadivoso) seja a luz  a iluminar a escolha  certa e o caminho igualmente certo. 

As metáforas espirituais de Jesus   apontam ao ideal inspirador para cada indivíduo promover a sua humanidade ética. E a forma, Jesus nos legou: como o sal que saboriza os alimentos,  assim deve ser a humanidade ética: saborizante entre as relações humanas para torná-las mais humanizantes. Nas palavras de Jesus, segundo relato de Mateus, 5:13-14:

–  “Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens”.

Ser o sal da terra é, sem dúvida, um dos grandes desafios à  evolução das virtudes  humanas. E  de modo bem simplificado, pode ser assim interpretado:  por toda a vida, a missão de cada um, é ser uma pessoa boa, honesta e justa, pois somos  responsáveis por nossas ecolhas e, por cada uma delas, responderemos a qualquer momento.

Posso concluir, então, que sem humanidade ética,  não teremos dignidade, pois seremos jogados fora  e pisados pelos homens. Se o ceticismo materialista prevalecer, Jesus, será difícil  entender a  finalidade ética das metáforas espirituais de Jesus à vida humana.

 

ATENÇÃO: Em  observância à Lei  9.610/98, todas as crônicas, artigos e ensaios desta coluna podem ser utilizados para fins estritamente acadêmicos, desde que citado o autor, na seguinte forma: MORAIS, O.J.C.;  Instagram: oceliojcmoraisescritor

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