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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Viva Bob Dylan!

Marco Antonio Moreira

Sou admirador da obra de Bob Dylan desde a adolescência. Sua produção artística é extraordinária, com diversas composições intensas e expressivas sobre os mais variados temas. Ele é um dos maiores artistas da música de todos os tempos, um exemplo raro de talento e genialidade que merece atenção.

Dylan possui um talento especialíssimo para escrever letras e compor músicas e, desde o início de sua carreira, tem impressionado aqueles que acompanham seu trabalho, como eu, em canções como Shelter from the Storm, Love Minus Zero/No Limit, Mr. Tamborine Man, Ballad of a Thin Man, Maggie's Farm, Like a Rolling Stone, Blowin'in the Wind, It's Alright Ma (I'm Only Bleeding)”, I Shall be Release, The Times They are a Changing e Forever Young.

O filme Um Completo Desconhecido (foto) de James Mangold retrata sua carreira do início dos anos 1960 até 1965, período em que ele escolheu novos caminhos musicais para expressar sua arte. O longa tem bons momentos ao abordar sua trajetória nessa fase, mas carece de mais informações sobre sua vida e sua relação com a música.

As cenas musicais evidenciam seu talento como compositor e letrista, mas faltam detalhes relevantes de sua história para compreendermos melhor sua jornada naquele período. O filme acaba ficando incompleto e limitado por não apresentar Dylan como o artista intenso e inquieto que buscava se encontrar por meio da música.

O ator Timothée Chalamet entrega uma boa atuação, mas, em vários momentos, o filme se apoia excessivamente nela para sustentar sua narrativa. Com algumas cenas musicais suprimidas e mais cenas sobre seu pensamento artístico, talvez o filme poderia ter enriquecido a complexidade da história de Dylan nesse período.

Apesar dessas observações, espero que Um Completo Desconhecido desperte o interesse de diferentes públicos na obra desse gênio musical, que é absurdamente talentoso e dignifica a música como poucos artistas.

Diegues

Carlos Diegues foi um dos mais importantes cineastas brasileiros e deixou uma obra relevante para o cinema nacional. Em sua homenagem, elaborei uma mostra de filmes de sua autoria em 2015, no cinema Olympia, e foi muito gratificante ver o público assistir seus filmes em uma sala de cinema. Confira alguns filmes de Diegues que estão disponíveis em diversas plataformas streaming: O Grande Circo Místico (2018), Deus é Brasileiro (2003), Bye Bye Brasil (1980), Chuvas de Verão (1978), Xica da Silva (1976), Quando o Carnaval Chegar (1972), A Grande Cidade (1966) e Ganga Zumba (1963). Assista a esses filmes e conheça a obra de Carlos Diegues.

Milton

O documentário Bituca - Milton Nascimento de Flávia Moraes estreia em 20 de março nos cinemas do Brasil. O filme mostra momentos da turnê de despedida de Milton Nascimento, um dos maiores artistas da música brasileira. O documentário foi filmado ao longo de dois anos e tem depoimentos do próprio Milton Nascimento e artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Criolo, Esperanza Spalding, Fito Paez, Gilberto Gil, João Bosco, Mano Brown, Paul Simon, Quincy Jones, Ronaldo Bastos, Toninho Horta, Wagner Tiso e Wayne Shorter. Imperdível!

Montenegro

Vitória de Andrucha Waddington protagonizado pela maravilhosa atriz Fernanda Montenegro é um dos principais lançamentos nos cinemas esta semana. O filme mostra a história de Vitória, uma senhora solitária que, preocupada com violência de seu bairro, começa a filmar da janela de seu apartamento e registra movimentação de traficantes de drogas da região e coopera com o trabalho da polícia. Esta atitude chama a atenção de um jornalista, que faz amizade com Vitória e tenta ajudá-la nessa missão. O filme é baseado em uma história real e certamente tem uma excelente atuação de Fernanda Montenegro, uma das maiores atrizes do cinema, teatro e televisão brasileiros.

Roda de Cinema

A Roda de Cinema do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) sobre o Oscar 2025 gerou ótimos debates e reflexões entre o público presente. O Oscar 2025 provocou mais discussões do que reflexões em grande parte do público, especialmente pelas indicações de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, e de outros filmes como Emilia Perez. Mas, felizmente, o filme de Salles recebeu o Oscar de Melhor Filme Internacional. Agradeço à direção e à equipe da Casa das Artes, assim como a todos os convidados e presentes nesta ação de cultura cinematográfica.

Dicas da semana

"Vitória", de Andrucha Waddington. Com Fernanda Montenegro (circuito comercial).

"Desejo", de Delbert Mann. Com Sophia Loren, Anthony Perkins (Cineclube SINDMEPA. Dia 18/3 às 19h. Entrada gratuita)

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