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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Festival de Cinema Italiano

Marco Antonio Moreira

É uma satisfação divulgar mostras e festivais em Belém, pois por meio desses eventos é possível assistir ou rever filmes que evidenciam a importância do cinema em diversas épocas. Nesse final de ano, após um período de eventos cinematográficos on-line em diversas cidades, um dos melhores programas é o Festival Itália Mia promovido pelo grupo Liberal que, entre várias programações vinculadas a gastronomia, arquitetura, dança e música, apresentará um festival de cinema italiano de 22 a 27 de novembro. Esse festival exibirá filmes italianos inéditos no Cine SESC Ver-o-Peso, nova e excelente sala de exibição do cinema alternativo, e Cine Estação com exibição de produções clássicas que homenagearão algumas das mais belas musas do cinema italiano.

A programação de filmes inclui 18 longas metragens que serão exibidos com entrada franca. Essa mostra faz parte do Festival de Cinema Italiano no Brasil, promovido pela Câmara de Comércio Italiano de São Paulo, em colaboração com a Embaixada da Itália e a rede consular italiana no Brasil. Esse projeto iniciou em 2005 no Festival do Cinema Contemporâneo Italiano com proposta de divulgar o trabalho  das novas gerações de diretores e atores italianos. Entre os filmes inéditos o destaque é Nostalgia (2022) de Mario Martone que teve seu lançamento mundial na competição oficial do Festival de Cannes desse ano e foi escolhido para representar a Itália no Oscar 2023 de melhor filme internacional.

Além das produções italianas inéditas no Brasil incluídas no festival é imprescindível louvar a proposta de homenagear algumas das maiores musas do cinema italiano que marcaram a história do cinema pelo seu talento e beleza. As atrizes escolhidas para essa merecida homenagem são Gina Lollobrigida, Sophia Loren (foto), Claudia Cardinale e Monica Vitti. Os filmes selecionados são Pão, Amor e Fantasia (1953) de Luigi Comencini (Lollobrigida), A Bela Moleira (1955) de Mario Camerini (Loren), A Moça Com a Valise (1961) de Valerio Zurlini (Cardinale) e Ciúme à Italiana (1970) de Ettore Scola (Vitti).

Gina Lollobrigida iniciou sua carreira no cinema no final dos anos 1940 e teve sucesso em filmes como Achtung Banditi (1951) de Carlo Lizzani (com Marcello Mastroianni no começo de sua brilhante carreira). Um dos destaques da sua filmografia  é Trapézio (1955) de Carol Reed com Burt Lancaster e Tony Curtis. Lollobrigida atuou com atores famosos nos EUA e Europa como Humphrey Bogart, Jennifer Jones, Vittorio Gassman, Anthony Quinn, Rock Hudson e diretores como John Huston. Gina Lollobrigida está com 95 anos.

Sophia Loren iniciou sua trajetória como atriz no cinema nos anos 1950 e após atuar em algumas produções italianas foi contratada, em 1956, pela Paramount Pictures para trabalhar em cinco filmes. Desse modo, ela teve a oportunidade de realizar percurso artístico internacional. Loren fez diversos filmes com o diretor italiano Vittorio De Sica como O Ouro de Nápoles (1954), Duas Mulheres (1961) e Ontem, Hoje e Amanhã (1963). Uma de suas melhores atuações está na produção Um Dia muito Especial (1977) de Ettore Scola. Ela recebeu diversos prêmios em sua carreira incluindo o Oscar de melhor atriz por Duas Mulheres. Sophia Loren está com 88 anos.

Claudia Cardinale estreou como atriz no cinema no final dos anos 1950 com Os Eternos Desconhecidos (1958) de Mário Monicelli. Nos anos 1960, ela atuou com excelentes diretores do cinema italiano como Luchino Visconti em Rocco e seus Irmãos (1960), O Leopardo (1963) e Vagas estrelas da Ursa (1965), Federico Fellini em Fellini 8 ½ (1963) e Sergio Leone em Era uma Vez no Oeste (1968). Cardinale está com 84 anos.

Monica Vitti estudou teatro no início dos anos 1950 e estreou no cinema com a comédia Ridere! Ridere! Ridere! (1954) de Edoardo Anton. Em 1957, ao participar do Teatro Nuovo di Milano de Michelangelo Antonioni, ampliou seu talento como atriz e, posteriormente, foi protagonista de diversos filmes de Antonioni como A Aventura (1960), A Noite (1961), O Eclipse (1962) e O Deserto Vermelho (1964). Vitti atuou em diversos gêneros e com cineastas como Luis Buñuel em O Fantasma da Liberdade (1974). Em 1989, ela escreveu, dirigiu e estrelou o filme Scandalo Segreto. Em 1995, recebeu o Leão de Ouro pela sua carreira no Festival de Veneza. Monica Vitti faleceu em 2022 aos 90 anos.

É essencial homenagear essas atrizes que se sobressaíram em diversos filmes pelo seu talento e beleza diferenciados que merecem admiração. Certamente, outras musas do cinema italiano podem ser referenciadas em futuras mostras ou festivais como Alida Valli, Silvana Mangano, Giulietta Masina, Silvana Pampanini, Virna Lisi, Stefania Sandrelli, Laura Antonelli e Ornela Mutti. Espero que, em breve, cheguem novas mostras, festivais e homenagens ao cinema italiano e seus talentosos artistas!

Indicação da semana:
Amador de Krzysztof Kieślowski. Do diretor de A Trilogia das Cores.
Sessão dia 22/11 às 19h com entrada franca (Cineclube do Sindicato dos Médicos).

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