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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Considerações sobre o Oscar 2023

Marco Antonio Moreira

A cerimônia de entrega do Oscar é uma “festa estranha com gente esquisita”, pois provoca dúvidas sobre as razões da presença de muitos artistas em um evento de Cinema que, para alguns, é de marketing ou coisas similares. Na costumeira dinâmica de piadas sem graça, ridículas e grosseiras de alguns apresentadores foi inevitável sentir a ausência em alguns momentos de críticos de cinema bem informados como o jornalista Rubens Ewald Filho na transmissão do Oscar por meio de alguns canais de TV por assinatura.

Rubens tinha uma memória incrível sobre filmes, diretores, atores e produções cinematográficas. Ele contribuía com informações importantes nas transmissões do Oscar ao vivo. É óbvio que se ele participasse desse evento seria necessário modernizar sua contribuição com outros pensamentos, dinâmica e questões sobre diversidades, mas sua cultura cinematográfica seria muito bem vinda para melhorar a qualidade da apresentação de um evento que ficou muitas vezes perdida entre comentários superficiais e fúteis sobre filmes e artistas. Tempos modernos?

Apesar de Cate Blanchett não ser premiada em Tár de Todd Field é preciso celebrar o Oscar de melhor ator para Brendan Fraser no belo A Baleia de Darren Aronofsky. Blanchett não ganhou o Oscar de melhor atriz e essa injustiça é um dos grandes equívocos da longa história de erros  desse prêmio, mas premiar Fraser foi digno e relevante em uma atuação difícil, polêmica e humana.

Argentina, 1985 de Santiago Mitre com Ricardo Darín não venceu na categoria de melhor filme internacional, infelizmente. Assista esse importante filme da história do cinema argentino e latino americano. Nada de Novo no Front de Edward Berger venceu nessa categoria e também merece atenção.

Um dos melhores momentos da premiação é In Memoriam vinculado à lembrança de artistas que faleceram no ano anterior ou recentemente e é sempre emocionante com imagens que provocam lembranças de obras maravilhosas em nossos corações e mentes. Entre diversos artistas lembrados destaco a inclusão de Vangelis, compositor grego autor de trilhas musicais fantásticas como Carruagens de Fogo (Oscar de melhor trilha musical) e Blade Runner. Mas, infelizmente, outros importantes artistas que faleceram não foram incluídos no In Memoriam e merecidas críticas foram feitas aos realizadores da premiação.

A atriz Jamie Lee Curtis realizou vários filmes que estão nas memórias de pessoas de diversas gerações. Lembro-me da parceria dela com o diretor John Carpenter em Halloween e A Bruma Assassina. Mas, sem dúvida, o prêmio de melhor atriz coadjuvante era merecido para Hong Chau por A Baleia.

Tár deveria ganhar o prêmio de melhor diretor, mas entre vários prêmios polêmicos é importante aplaudir a preocupação da edição 2023 do Oscar em evidenciar a necessidade da diversidade e inclusão em diversas categorias em uma tendência que se confirmou com os prêmios para o filme Tudo em todo lugar ao mesmo tempo de Daniel Kwan e Daniel Scheinert.

Ano que vem teremos mais Oscar! Que mais e melhores filmes sejam incluídos na próxima edição.

Professor Cardoso

Meu querido professor Cardoso faleceu. Amigo, parceiro e incentivador de todas as ações de cinema que pensei e realizei, ele sempre foi uma pessoa do bem que semeava amizades e respeito. Sentirei muito sua falta nas sessões cineclubistas e na vida. Viver é saber lidar com ausências queridas. Eu sempre o chamava de professor Cardoso! Ele sempre será um dos meus mestres. Obrigado, professor Cardoso! Professor Cardoso adorava Jacques Tati e, em breve, a Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) vai homenageá-lo com a exibição de seu filme favorito: Meu Tio.

Dicas da Semana

Quando falta o Ar de Helena Lemos Petta. Documentário. (Circuito Comercial).

Homenagens a Jean-Luc Godard (curta metragem Je Vous Salue Sarajevo), Vicente Cecim (curta-metragem Malditos Mendigos) e Carlos Saura (longa-metragem Cria Cuervos) na Sessão Cult da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA). Dia 24/3 às 19h com entrada franca (Projeto Plano Sequência do Cine Líbero Luxardo).

Meus Caros Amigos de Mário Monicelli. Cinco inseparáveis amigos tentam lidar com a crise da meia-idade e passam o tempo pregando peças uns nos outros. Com Ugo Tognazzi e Philip Noiret. (Cineclube SINDMEPA. Sessão dia 21/3 às 19h com entrada franca).

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