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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

"Ainda Estou Aqui” e Festival Varilux de Cinema Francês 2024 são os principais destaques da semana

Marco Antonio Moreira

A semana de cinema traz opções expressivas que merecem a atenção do cinéfilo paraense, com as estreias do filme brasileiro "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, e o Festival Varilux de Cinema Francês 2024.

“Ainda Estou Aqui” tem roteiro premiado no Festival de Veneza, escrito por Murilo Hauser e Heitor Lorega, baseado no livro homônimo de 2015 de Marcelo Rubens Paiva. O filme retrata a história autobiográfica de Marcelo Rubens Paiva sobre a vida de sua mãe, Eunice Paiva, advogada que se tornou ativista política após o sequestro de seu marido, Rubens Paiva, pela ditadura militar brasileira, que, nos anos 1970, o tirou de casa para nunca mais retornar. O filme estreou no Festival de Veneza 2024 e foi aplaudido pelo público por dez minutos. A atuação de Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro e a direção de Salles foram amplamente elogiadas.

O filme foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema como representante do Brasil na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar de 2025 e tem grandes chances de ser incluído entre os cinco filmes finalistas desta categoria. O sucesso de crítica de “Ainda Estou Aqui” proporcionou diversos contratos de exibição e o filme conta com distribuição internacional da Sony Pictures Releasing, pela Sony Pictures Classics.

De acordo com declarações do diretor, “Ainda Estou Aqui” é um projeto muito pessoal, pois ele é amigo da família Paiva desde a adolescência. Walter Salles é um dos melhores diretores brasileiros em atividade. Sua filmografia inclui ótimos filmes, como “Terra Estrangeira” (1995), “Central do Brasil” (1998), “Abril Despedaçado” (2001), “Diários de Motocicleta” (2004) e “Linha de Passe” (2008).

O Festival Varilux de Cinema Francês 2024 apresenta diversos filmes franceses inéditos e elogiados em sua programação. É um festival essencial para que o público tenha a oportunidade de assistir a produções francesas que dificilmente seriam exibidas nos cinemas brasileiros. O cinema francês é fundamental na história do cinema, com os irmãos Lumière, criadores do cinematógrafo em 1895, e pela obra de vários cineastas como Jean Renoir, Abel Gance, Marcel Carné, Jean-Luc Godard e François Truffaut.

image O Festival Varilux exibirá o excelente clássico “O Sol por Testemunha” de René Clément, com Alain Delon (Divulgação)

 

 

 

Este ano, destacam-se filmes como “O Conde de Monte-Cristo” de Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte (mais de 7 milhões de espectadores nos cinemas franceses), “O Segundo Ato”, “Bolero”, “A Favorita do Rei”, “Madame Durocher” e o documentário “O Roteiro de minha Vida” de David Teboul e Serge Toubiana sobre o cineasta François Truffaut. Em homenagem ao ótimo ator Alain Delon, o festival exibirá o excelente clássico “O Sol por Testemunha” de René Clément.

Estive presente na sessão de abertura do festival no Cinepólis Boulevard, no dia 06/11, a convite da Aliança Francesa de Belém, para a exibição do excelente filme “O Segundo Ato” de Quentin Dupieux. Agradeço o convite e a oportunidade de apresentar o festival com informações sobre a história do cinema francês e o filme “O Segundo Ato”. O Festival Varilux de Cinema Francês 2024 tem exibições no Cine Líbero Luxardo e Cinépolis Boulevard.

“Megalópolis”

“Megalópolis” de Francis Coppola, é um filme da Nova Hollywood que confronta a velha Hollywood. Coppola realizou uma obra audaciosa, repleta de temas e personagens, para contar uma fábula sobre a sociedade moderna e suas relações com o ser humano, a arte, o tempo, o passado, o presente e o futuro, em uma metáfora que remete ao Império Romano e suas formas de poder. O filme é criativo, arrojado, esteticamente ousado e surpreende o espectador mais apaixonado pelos jogos de imagens e cenas característicos da obra de Coppola. Ele continua sendo um mestre em filmar grandes cenas com criatividade e coragem. Talvez o maior problema do filme seja o roteiro, que, entre tantos temas, críticas e personagens, apresenta alguns pontos frágeis em termos de narrativa. Ainda assim, é ótimo ver Coppola sendo leal aos seus ideais de cinema desde os primórdios da Nova Hollywood, no final dos anos 1960, quando ele e outros cineastas enfrentaram o determinismo do mercado americano e criaram filmes inesquecíveis e atemporais. “Megalópolis” é um filme para ser assistido, debatido e analisado sob diversas teorias de análise fílmica, merecendo a atenção do espectador mais exigente.

Dicas da semana

“Ainda estou aqui” de Walter Salles (circuito comercial).

“Festival Varilux de Cinema Francês” (Cine Líbero Luxardo/Cinepólis Boulevard).

“Semana de Cinema Africano”. De 06 a 10/11 (Cine SESC Ver-o-Peso).

“O Incrível Homem que Encolheu” de Jack Arnold. Com Grant Williams, Randy Stuart, Paul Langton. Um dos maiores clássicos da história do cinema (Cineclube SINDMEPA. Terça-feira, dia 12/11, às 19h. Entrada gratuita)

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