VÍDEO: homem salva boto de seca no Rio Madeira; veja

O animal estava agonizando na lama devido ao baixo nível do rio.

Pedro Garcia

Um vídeo que circula na internet mostra um ribeirinho carregando um boto no colo para salvá-lo da parte seca do Rio Madeira, na Bacia Amazônica. O animal estava agonizando na lama devido ao baixo nível do rio.

No vídeo, é possível ver o homem correndo com o boto nos braços e, ao soltá-lo em uma área onde a maré está mais alta, ele comemora: “Eu e meu amigo aqui salvando o boto, isso é muito doido. Vai pro fundo, Zé! Arruma um peixinho aí pra comer, porque tá feio, você tá muito fraco”, diz o ribeirinho.

Em julho deste ano, o Rio Madeira registrou uma sequência de recordes de seca para o período, com o nível da água chegando a baixar 2,45 metros no final do mês.

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De acordo com o engenheiro hidrólogo e pesquisador em geociências pelo SGB, Marcus Suassuna, o Oceano Atlântico Norte está mais aquecido do que o normal, o que, combinado com o fenômeno El Niño, causa períodos severos de estiagem. O El Niño também provoca atrasos no início da estação chuvosa e enfraquecimento das chuvas iniciais do período.

A situação crítica dos rios, incluindo o Madeira e o Purus, levanta preocupações sobre o impacto da seca na fauna local, especialmente em espécies como os botos, que enfrentam desafios para sobreviver em condições adversas.

Impactos na Região

A seca não só afeta o nível dos rios, mas também gera consequências diretas no abastecimento de água e no transporte aquaviário. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), declarou situação de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus, e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reconheceu a emergência em Porto Velho e em outras 17 cidades do estado de Rondônia.

Com a diminuição drástica do nível das águas, o transporte fluvial, essencial para o escoamento de cargas e deslocamento de comunidades, está comprometido. O trecho navegável do Rio Madeira, que transportou mais de 6 milhões de toneladas em 2022, enfrenta dificuldades operacionais, impactando a economia local.

Consequências Ecológicas

A seca também representa uma ameaça à fauna local. Em 2023, centenas de botos e tucuxis (espécie de golfinho de água doce existente na bacia do Amazonas), morreram devido às altas temperaturas e à escassez de água. Estudos indicam que a temperatura da água chegou a 40 °C, contribuindo para a mortalidade desses animais. 

Medidas 

Para tentar combater a crise, a prefeitura de Porto Velho anunciou a distribuição de cerca de 120 mil litros de água para comunidades ao longo do rio nas próximas semanas. Além disso, a Defesa Civil está avaliando e purificando poços para garantir o abastecimento público, enquanto estudos para a perfuração de novos poços continuam conforme necessário.

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