Seca na Amazônia prejudica transporte na agropecuária, mas não afeta economia do Pará

Por enquanto, Amazonas e Rondônia são os estados mais afetados pela atual estiagem no agronegócio

Jéssica Nascimento / Especial para O Liberal
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O período da atual seca amazônica afeta principalmente o deslocamento de produtos que necessitam do transporte hidroviário para chegar aos locais de destino. É o que afirma Guilherme Minssen, zootecnista e diretor da Faepa (Federação da Agricultura e Pecuário do Pará). Inmet destaca que o Marajó e o centro-sul do Pará estarão entre as áreas mais afetadas nos próximos meses.

Segundo Minssen, as produções mais afetadas na Amazônia pela estiagem são a fruticultura, a horticultura e a apicultura. Ele destaca, no entanto, que, até o momento, a economia do Pará não sofre consequências negativas por causa do período. “A Amazônia tem a maior reserva de água doce do planeta, e o Pará é o estado mais privilegiado nesse vital insumo da vida”, declarou.

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Há vários rios no Amazonas que secaram e, com, começa a faltar mercadorias e produtos nas cidades, de acordo com o diretor da Faepa. “A questão de outros rios, igarapés e entradas dentro de ilhas dificulta, principalmente na colheita de frutos, como é o caso do açaí”, explicou.

Produtor rural afirma que ainda não se pode falar em"tragédia"

O produtor rural Gastão Carvalho Filho, dono da fazendo Boi Branco em Abaetetuba, destaca que a estiagem na Amazônia é muito relativa. “Em Abaetetuba, a estiagem não é muito forte. A região norte do Pará demora mais a sentir os efeitos”. Segundo ele, já começou a estiagem, “mas ainda não é preocupante”.

De acordo com o produtor, nos lugares onde tem dendê e açaí, o índice de chuvas é muito mais alto, na faixa de 2.500 milímetros por ano. Até o município de Tailândia, há uma estiagem que não é tão preocupante quanto no resto da Amazônia. “Vamos esperar mais um ou dois meses pra ver o reflexo disso. É muito difícil a gente falar que há uma tragédia. Não é ainda isso”, disse Carvalho Filho.

“Em julho, agosto e setembro vai chover no norte do Pará dentro do esperado”, afirma Andrea Ramos, pesquisadora do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Segundo ela, “realmente onde vai ser bem seco será no sudeste do estado, ali pelo lado da Ilha do Marajó e também no sudoeste”.

Andrea Ramos destaca que nos estados do Amazonas, Rondônia e Tocantins vai chover bem pouco neste trimestre, sendo, portanto, as regiões que mais vão ser impactadas pela atual seca. “Onde vai ficar mais seco é o centro-sul do Pará, porque as chuvas vão ficar abaixo da média”, conclui a meteorologista.

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