Vídeo de ubandistas em igreja católica gera polêmica nas redes sociais
O grupo de religiosos de matrizes africanas teria ido ao templo para realizarem um rito pedindo benção e acabaram sendo acusados de invasão
Uma polêmica se formou nas redes sociais após a circulação de um vídeo que mostra religiosos de matrizes africanas durante um rito dentro de uma igreja católica, no Distrito Federal. O registro foi compartilhado em grupos do WhatsApp e mostra uma fiel narrando a situação e acusando pais e mães de santo de estarem “invadindo” e fazendo um “trabalho de macumba” no local. A Federação de Umbanda e Candomblé do DF se manifestou para explicar que tratava-se apenas de um pedido de bênção, comum na religião. Entenda.
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Após o grande alvoroço que se formou por conta da divulgação do vídeo, um padre identificado como Manolo, responsável pela paróquia onde o ritual aconteceu, fez uma postagem nas redes sociais comentando as imagens. O religioso afirmou que recebeu o conteúdo com “perplexidade e indignação”.
“Já não se respeita mais a fé, a crença das outras religiões. Desafortunadamente, no intervalo da missa das 8h e das 10h, desobedecendo o pedido dos ministros extraordinários que, com tanto amor, carinho e educação, chegaram a eles pedindo que, por favor, saíssem, que não se podia fazer esse tipo de bênção, eles desobedeceram”, disse o padre. Veja:
Para acalmar os ânimos e esclarecer que nunca houve nenhum tipo de ‘ação maléfica’, o pai Alexandre de Oxalá, da Federação de Umbanda e Candomblé do Distrito Federal e do Fórum Inter Religioso da capital, explicou do que se tratava o rito.
“Algumas casas de matrizes africanas mantêm uma prática de pegar uma pessoa recém-iniciada e conceder a ela um caminho de vida, em que ela possa transitar em todos os lugares, frequentar todos os ambientes. Isso é chamado de quebra de quizila, de praga, de maldições. Eles levam a pessoa até a igreja para que essa pessoa receba a bênção do padre, a bênção do local”, esclarece.
Pai Alexandre também entrou em contato com a casa responsável pelo rito e afirmou que tudo aconteceu devido a uma falta de comunicação. “Faltou diálogo entre os sacerdotes do candomblé com os sacerdotes da igreja católica. Existem religiosos que estabelecem uma conversa prévia, combinando tudo com o responsável pelo local e fica tudo bem. Por medo de sofrerem preconceito, eles tentaram fazer um rito mais apressado, no fim da missa”, conta.
De acordo com o padre Manolo, não houve nenhuma profanação na paróquia por parte dos candomblecistas. Após a repercussão do caso, grupos de religiões de matrizes africanas tentaram contato com a igreja para esclarecimento. A Federação de Umbanda e Candomblé se colocou à disposição da comunidade para explicar os ritos e desmistificar preconceitos.
Veja o vídeo dos candomblecistas dentro da paróquia:
(*Estagiária Maiza Santos, sob supervisão da editora de OLiberal.com, Adna Figueira)
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