Polícia prende suspeito de matar ex-namorada por não aceitar ter um filho negro
Além do feminicídio, ele pode ser acusado pelo crime de racismo, ambos inafiançáveis
Foragido desde maio de 2022, Victor de Souza Rocha, de 21 anos, suspeito de matar a ex-namorada, Karine Sevalho Lima, grávida de 7 meses, foi preso nesta terça-feira (21), em Manaus (AM). Segundo as investigações da Polícia Civil, a motivação do crime seria porque a vítima era uma mulher negra e o autor teria declarado aos amigos dela que jamais iria aceitar ter um filho com características afrodescendentes.
O caso está sendo investigado pelo Núcleo de Combate ao Feminicídio (NCF) da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que realiza avaliações para estipular o crime como feminicídio. O núcleo analisa ainda a suspeita do crime de racismo.
Conforme informou o delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, a vítima e o autor eram namorados. Ao ficar sabendo da gravidez, Victor começou a pressionar a jovem para que ela fizesse um aborto.
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Jovem foi encontrada com sinais de tortura
No dia 26 de maio de 2022, Karine Sevalho Lima, de 19 anos, foi encontrada morta em uma área de mata, na capital do Amazonas. A jovem estava com o rosto desfigurado, sinais de agressões e torturas e apresentava perfurações de arma branca pela região de todo o corpo, segundo informações da polícia.
“No dia do crime, Karine teria ido encontro ao Victor, para informar que sua família tinha conhecimento de que ele seria o genitor do bebê e afirmar que não iria realizar o aborto. As investigações apontam que eles tiveram um desentendimento em razão do autor não ter aceitado o posicionamento da vítima, o que o levou a tirar a vida dela”, explicou o delegado Ricardo Cunha.
Victor Rocha foi preso na comunidade Monte Sinai, bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Segundo o delegado responsável pelo caso, ao ser capturado ele permaneceu em silêncio.
"Ele estava na casa de familiares. Desde a época do crime ele não havia sido mais visto, tentamos efetuar a prisão dele por diversas vezes, mas ele estava foragido. Ele está acompanhado de um advogado e quis exercer o direito de permanecer em silêncio e não colaborou com as investigações", contou o delegado.
O suspeito deve responder por homicídio qualificado e ficará à disposição da Justiça.
(*Kamila Murakami, estagiária de jornalismo sob a supervisão de Hamilton Braga, coordenador do núcleo de Política)
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